Governador projeta ampliar produção de arroz no Estado em parceria com União
A primeira etapa do projeto em Luiz Alves foi concluída em 2001. Hoje, ela abrange uma área aproximada de dois mil hectares e beneficia 36 produtores.
Em visita a projeto de irrigação em Luiz Alves, distrito de São Miguel do Araguaia, representante da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) assegura recursos para retomada das obras de implantação da segunda etapa do empreendimento, em 2021. Iniciativa vai beneficiar 60 produtores da região. “Goiás consome muito mais do que realmente produz”, afirma Caiado. Ele também destaca resgate de “uma cultura importante”
O governador Ronaldo Caiado recebeu a confirmação, nesta quarta-feira (14/10), que Goiás receberá recursos para dar continuidade ao Projeto de Irrigação de Luiz Alves Araguaia (PILAA), na região Noroeste do Estado, no início de 2021. A informação foi repassada pelo diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Marcelo Andrade Moreira Pinto, durante visita que realizaram ao empreendimento para alinhar ações de retomada dos trabalhos no local. As obras da segunda etapa do projeto estão paralisadas desde 2010 e, quando finalizadas, beneficiarão 60 agricultores. O foco será o plantio de arroz.
“Queremos fazer com que essa infraestrutura de produção seja rapidamente repassada aos produtores rurais e que venha ampliar a produção de arroz, já que Goiás hoje está com a produção bem aquém daquilo que já consumimos”, destacou o governador.
Neste ano, a forte demanda interna e externa pelo arroz ocasionou uma considerável elevação de preços para o consumidor. Na capital goiana, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA/IBGE), o aumento foi de 14,53%, na variação acumulada de janeiro a agosto. Na média nacional, a variação acumulada no mesmo período foi de 19,25%. Caiado destacou que investir na condição de plantio de uma cultura, neste contexto, é essencial. “Primeiro porque Goiás consome muito mais do que realmente produz, e com isso nós estamos resgatando uma cultura importante. Hoje, o plantio em áreas irrigadas dá a certeza ao produtor rural de que a plantação será preservada pela água, com as comportas abertas garantindo ali a oferta de água para o arroz”, explicou.
O governador também ressaltou que a iniciativa vai ao encontro de sua meta de fazer com que o desenvolvimento chegue especialmente às regiões mais carentes do Estado. Uma das estratégias é garantir, via recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, mais acesso ao crédito para o cidadão ter condições de fazer o seu empréstimo. “Eu tenho acompanhado todas as reuniões pra dizer que, agora, a regra é essa: se você quer dinheiro barato, então vai para São Miguel do Araguaia, Nova Crixás, Porangatu, Mambaí, Posse. Essa é a minha política, que não é para agradar aqueles que, só de subsídio no Estado de Goiás, já ganharam milhões e milhões”, comparou.
O titular da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto, destacou que a retomada do projeto está prevista para 2021. “Não queremos vir aqui simplesmente fazer um discurso, prometer e não ter condição de cumprir. Estamos aqui para que a gente possa construir saídas e caminhos, que nos direcionaram para retomada das obras que se encontram há muitos anos paralisadas”, garantiu. O foco é fortalecer e incrementar a produção de arroz, a partir do método por inundação, que já ocupa 16 mil hectares no Estado. Ao todo, são 350 mil hectares de área irrigada em Goiás.
A primeira etapa do projeto em Luiz Alves foi concluída em 2001. Hoje, ela abrange uma área aproximada de dois mil hectares e beneficia 36 produtores. No local, é produzido arroz, entre os meses de outubro e abril, e soja, para produção de sementes, entre maio e setembro.
Já na segunda etapa, foram entregues mil hectares irrigados. Com a retomada das obras, serão irrigados mais de três mil hectares, totalizando aproximadamente 7 mil hectares nas duas etapas.
A implantação da irrigação por inundação fez com que a produtividade de arroz quase dobrasse na região, passando de 54 sacas/hectare na safra 2020/2011 para 94 sacas/hectare na safra 2018/2019.
Impacto
“Embora a pecuária seja prioridade local, a agricultura irrigada leva esta vocação em consideração, mas permite produzir mesmo em período de chuva, com todo um trabalho do solo, ampliando as atividades econômicas locais, movimentando o comércio”, pontuou Nelson Vieira Fraga Filho, superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), que financia o Projeto de Irrigação de Luiz Alves. “Estamos presentes desde o início. Já temos R$ 52 milhões empenhados e conseguimos segurar este recurso para manter o projeto vivo, graças também ao trabalho competente da secretaria [Seapa] e do governador”, disse.
Nelson ressaltou a importância do projeto do ponto de vista do abastecimento. “Como o governador falou, o arroz é um prato presente na mesa do brasileiro”, frisou. O produto garante também o sustento do produtor rural Dirlane Alexandre, que chegou na região em 2011. De lá pra cá, segundo relatou, o período foi de muitas dificuldades, mas agora vê na retomada do projeto um alento. “O senhor já conseguiu ‘trazer uma chuva’, que era esperada para cá e esse dia, talvez, seja o pontapé inicial para trazer a obra da segunda etapa e a conclusão da primeira”, afirmou, dirigindo-se ao governador. Atualmente Dirlane é o presidente do Distrito de Irrigação (Etapa 1).
A ação também conta com o apoio técnico da Codevasf, empresa do governo federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, que há 46 anos contribui com o desenvolvimento dos projetos e atua diretamente na melhoria do bem-estar social dos municípios da região pelo acesso às tecnologias para a distribuição de água entre pequenos, médios e grandes produtores.
O diretor-presidente da companhia, Marcelo Andrade Moreira Pinto, garantiu que os recursos estão assegurados para retomada dos trabalhos no início de 2021. “Tenho convicção que Luiz Alves será o 37º perímetro que a Codevasf vai contribuir”, projetou. “Quando vemos um perímetro irrigado como esse, que já está produzindo, mas tem capacidade de aumentar sua produtividade, gerando mais empregos e renda, nos motivamos ainda mais”, completou Marcelo.
Também participaram do evento o superintendente de Engenharia Agrícola e Desenvolvimento Social da Seapa, José Ricardo Caixeta, e também da Seapa, o gerente de Agricultura Irrigada, Vitor Hugo Antunes e o assessor técnico, Emanuel Pinheiro de Faria. Além deles, os comandantes regionais da Polícia Militar, tenente-coronel Sérgio Inácio, e do Corpo de Bombeiros, tenente Maycon Raulf de Lacerda, o ex-deputado estadual Oton Nascimento, o presidente da Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares de Luiz Alves (Coopermaf), Vademilson Savi, os secretários municipais Tielly Costa (Turismo), Nilza América Marques (Meio Ambiente) e Edson Pinheiro (Agricultura), e o presidente do Distrito de Irrigação Telmo Francisco Marques Junior (Etapa 2).