HDT alerta sobre sífilis e sífilis congênita
Da Redação
No terceiro sábado de outubro, é celebrado o Dia Nacional de Combate à Sífilis e Sífilis Congênita, manifestações de uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, que pode ser transmitida da mãe para o feto. Se não for tratada, há risco de provocar a morte. No Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), referência no Estado e região no atendimento a doenças infecciosas e dermatológicas, foram registrados 161 casos, no ano passado, e 121, até o momento, neste ano.
A ginecologista da unidade do Governo de Goiás, Rosane Carneiro, explica que a doença pode se manifestar, resumidamente, em três estágios. “A enfermidade apresenta fases distintas, com sintomas que podem ser referidos pelo paciente ou diagnosticados pelo médico. Temos a sífilis primária, secundária e terciária”, enumera.
“Nas duas primeiras fases, os sintomas são mais evidentes, e o risco de transmissão é maior. Na terceira fase, que pode surgir de 2 a 40 anos após o contágio, a doença se manifesta com complicações graves, causando cegueira, paralisia, transtornos mentais e doenças no sistema cardiovascular, entre outros, podendo levar à morte”, acrescenta a médica.
Na sífilis primária, os sintomas são pequenas feridas nos órgãos genitais, que aparecem entre 10 e 90 dias após a contaminação, desaparecendo espontaneamente. Já na fase secundária, aparecem manchas vermelhas pelo corpo, podendo ocorrer febre, mal-estar, ínguas (linfonodos aumentados) pelo corpo e dor de cabeça. Na terceira fase, pode ocorrer o comprometimento do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular, lesões na pele e nos ossos.
Já na sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê na gestação, ocorrem, geralmente, malformação do feto, morte fetal, aborto espontâneo, retardo de crescimento e alterações ósseas.
Diagnóstico e tratamento
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou contato direto com sangue contaminado. O diagnóstico, nas fases iniciais, é realizado pelo reconhecimento da bactéria no sangue, por meio de teste rápido, e por amostras de material retirado das lesões. Na fase avançada, é necessário pedir um exame de líquor, para verificar se o sistema nervoso não foi afetado.
O tratamento é realizado com antibióticos. “Além dos medicamentos, o paciente deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais, para avaliar a evolução da doença. No caso de gestantes, devido ao risco de transmissão ao bebê, o tratamento deve ser iniciado de imediato”, alerta a ginecologista do HDT.
“Não se pode perder a chance de diagnosticar e tratar a doença em nenhuma fase da vida. Devemos sempre nos lembrar da importância da prevenção, com o uso correto de preservativos e, no caso de gestantes, é fundamental seguir rigorosamente o pré-natal”, aconselha ainda.