Rogério Cruz é o Josué da Bíblia
Moisés poderia ter agido interesseiramente e permanecido no Egito vivendo de boa sob a proteção do faraó Ramsés II, mesmo não sendo um egípcio. Mas ele, conforme consta na Bíblia, foi o escolhido por Deus para tomar frente na ação de libertar os hebreus da escravidão no Egito e levá-los para a terra prometida de Canaã. Moisés, no entanto, viu de longe a terra prometida, mas não pisou nela, pois morreu.
Coube, portanto, a Josué, que era uma espécie assistente de Moisés, concluir a viagem e estabelecer o povo na terra prometida. E Deus, de acordo com a Bíblia, disse a Josué que estaria com ele como esteve com Moisés. Deus falou-lhe para ser firme e corajoso no assentamento do povo na terra. E assim aconteceu.
Vejo nesse episódio da Bíblia uma certa semelhança com o que aconteceu a Maguito Vilela. Ele, igual a Moisés, chegou bem próximo à terra prometida, ou seja, foi eleito a prefeito de Goiânia enfrentando ataques sórdidos das fake news, mas perdeu a vida antes de tomar posse do cargo. Sua vida foi interrompida por uma doença que ele mesmo chamou de “traiçoeira”: a covid-19. E assim, por obra do destino, Rogério Cruz, na condição de vice-prefeito, se tornou definitivamente o chefe do executivo municipal.
Cruz agora é o Josué bíblico, e seu trabalho, digamos assim, de instalar o povo na terra prometida está em curso inicial. Agora é a oportunidade para ele mostrar que ser carioca e pastor da Igreja Universal não são aspectos que pesam desfavoravelmente para que uma boa gestão seja realizada por ele em Goiânia. Com muito trabalho, conseguirá jogar na cara de quem o criticou as falácias sórdidas construídas contra ele.
Conhecedor da Bíblia que é, Cruz certamente está atento às palavras peçonhentas daqueles que dizem que ele é um prisioneiro especial dentro do Paço Municipal. Conhecedor da Bíblia que é, Cruz sabe bem que aqueles que acham que ele é um prisioneiro estão entre os adoradores do bezerro de ouro construído por Arão enquanto Moisés estava no monte Sinai para receber os mandamentos de Deus. Tudo indica que essa trama verbal tem o propósito astucioso de incitar o confronto entre os grupos, cuja união entre eles durante o processo eleitoral é que lhes possibilitou chegar à Prefeitura de Goiânia.
Na terra prometida, podem ser edificadas muitas moradas…
Sinésio Dioliveira é jornalista e servidor público municipal