Diesel recua em Goiás no início de abril e segue tendência nacional de queda, aponta Edenred
Mesmo com o reajuste de R$ 0,17 por litro anunciado pela Petrobras, o preço do diesel caiu em Goiás na primeira quinzena de abril e ficou abaixo da média nacional; estado mantém posição competitiva no mercado de combustíveis.
Os motoristas goianos pagaram menos pelo diesel na primeira quinzena de abril. Segundo o levantamento do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o preço médio do diesel comum caiu em Goiás mesmo após o reajuste de R$ 0,17 aplicado pela Petrobras no início do mês. A redução acompanha uma tendência nacional, que puxou os preços para baixo em todas as regiões do país.
O recuo nos postos de combustíveis reflete uma combinação de fatores: contenção na margem de lucro das revendedoras, política regional de competitividade e o peso do diesel nos custos logísticos — especialmente no Centro-Oeste, onde o transporte de cargas é majoritariamente rodoviário.
Em Goiás, o diesel S-10 foi comercializado a R$ 6,38 em média, com redução na comparação com o mês anterior, embora o levantamento completo por estado ainda destaque Paraná e Pernambuco com os menores preços. Mesmo assim, o valor praticado em território goiano ficou abaixo da média nacional (R$ 6,48) e significativamente inferior ao registrado na região Norte, onde o diesel S-10 superou os R$ 6,89.
Redução foi puxada por ajustes regionais, segundo especialistas
De acordo com Renato Mascarenhas, diretor de Rede e Operações da Edenred Mobilidade, a redução no preço final ao consumidor foi resultado de uma dinâmica de mercado específica. “Embora a Petrobras tenha elevado o preço do diesel às distribuidoras no início de abril, os postos de várias regiões — incluindo o Centro-Oeste — ajustaram sua margem para baixo, o que garantiu a queda percebida nas bombas”, explica.
Comparativo entre estados: Goiás segue abaixo do Norte e Nordeste
Os menores preços para o diesel comum foram registrados no Paraná (R$ 6,24), enquanto o menor valor para o diesel S-10 apareceu em Pernambuco (R$ 6,23). No outro extremo, o Acre registrou os maiores preços do país, com o diesel comum superando R$ 7,85 e o S-10 alcançando R$ 7,87.
Goiás figura no bloco intermediário, com preços competitivos na comparação nacional. Segundo analistas, isso se deve à combinação entre localização estratégica e maior rotatividade dos estoques, o que acelera o repasse de variações de preço.
Caminhoneiros e setor de transporte sentem alívio temporário
A queda nos preços do diesel em Goiás traz alívio temporário para transportadores autônomos, cooperativas e empresas de logística, que enfrentaram meses seguidos de alta desde dezembro. O diesel representa cerca de um terço dos custos operacionais no transporte rodoviário, e oscilações frequentes impactam diretamente no valor do frete e nos preços dos alimentos e insumos transportados.
O autônomo Marcelo dos Santos, que roda entre Goiás e o Distrito Federal, comemora a queda, mas mantém a cautela: “Caiu um pouco, mas ainda está longe do ideal. O diesel continua pesando no nosso bolso. Qualquer centavo faz diferença.”
Conclusão: mesmo com reajuste, Goiás acompanha tendência de queda e mantém competitividade
A primeira quinzena de abril mostrou que a alta anunciada pela Petrobras nem sempre se reflete automaticamente no preço ao consumidor final. Em Goiás, a queda no valor do diesel confirma o dinamismo regional do mercado de combustíveis e a capacidade dos postos locais de absorver parte dos aumentos sem repassar integralmente ao cliente.
O desafio agora é observar se a tendência de queda se mantém nas próximas semanas ou se os efeitos do reajuste voltam a pressionar os preços. Para consumidores e transportadores goianos, a trégua nas bombas, mesmo que breve, representa um alívio bem-vindo em um cenário de custos elevados e margens apertadas.