Cidades

Em Aparecida, Setor Aeroporto Sul sofre com precariedade da iluminação urbana

Prefeitura informou que dará manutenção no local, porém, sem data prevista

Deficiências nos serviços de iluminação causa insegurança e motiva queixas

Por :Luciana Brites

 

“Recentemente comprei uma casa no Setor Aeroporto Sul, em Aparecida de Goiânia. Não tinha nada a reclamar, até chegar a noite e verificar que a quadra e rua da minha casa são muito escuras.  Escuro total, nas quadras e ruas paralelas também (falta iluminação pública/postes de luz). Liguei para a prefeitura de Aparecida de Goiânia fazendo a solicitação da instalação da iluminação, porém me passaram dois contatos onde não atendem a ligação, são os números (62) 3545-4872 e (62) 3545-4859 Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano (SDU). Venho pedir encarecidamente que a Prefeitura de Aparecida de Goiânia faça a instalação da iluminação pública na Rua 200, Quadra 01 do Setor Aeroporto Sul, e também nas quadras e ruas vizinhas, para contribuir com a segurança dos moradores e inibir possíveis assaltos às residências. É um direito de todos os cidadãos e moradores do setor, setor este que já é bem habitado e pagamos por uma iluminação que não estamos usufruindo. Preciso de uma solução para este problema, urgentemente.”

O desabafo é de uma moradora que, apesar de ter dado o endereço quase completo, preferiu não se identificar. Esse relato não é o único e a interação entre os internautas, numa página de reclamações, dá uma dimensão do problema do Setor Aeroporto Sul.

“Estou telefonando há mais de duas semanas, pra ver se colocam luz em três postes na minha rua mas não consigo falar. Ligo e ninguém atende, mando zap e ninguém responde. Já informei os números dos postes e nem isso ajuda”, escreve outro reclamante.

“Por aqui são três postes com as luzes queimadas. A gente liga e não consegue falar. Precisamos de solução pra esse problema, está ruim demais”, apela outra.

“Na porta da minha casa tem uma lâmpada com problema no reator. Ela fica desligando e ligando o tempo inteiro”, afirma outra moradora.

Resposta

A Secretaria de Comunicação da prefeitura informou que repassaria o endereço e as reclamações para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU), com solicitação de serviço no setor. Também informou que vai averiguar os possíveis problemas do atendimento telefônico. A Secom pede ainda que as queixas sejam direcionadas aos canais oficiais da prefeitura, incluindo as redes sociais.

 

A falta de iluminação pública impactava na autonomia da mulher.

Ruas escuras prejudica a segurança de todos, mas afeta principalmente as mulheres

 

Em um mundo onde o uso das novas tecnologias na iluminação pública segue transformando as cidades – tornando-as mais interativas e conectadas – ainda há desafios para aqueles que convivem com a falta de iluminação pública.

Em se tratando da distribuição de energia, o transtorno gerado pela iluminação inadequada representa desafios constantes. Entre eles estão o consumo elevado, manutenção ruim das instalações, além da desvalorização da região e qualidade de vida baixa.

O acesso à energia é uma preocupação mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 759 milhões de pessoas ainda vivem sem eletricidade no mundo.

No Brasil, a estimativa é de que  mais de dois milhões de pessoas não tenham nenhum acesso, nas mais diversas regiões do País.

Contudo, a prestação de serviços de iluminação pública é de competência do poder público municipal ou distrital, conforme art. 30 e 149-A da Constituição Federal de 1988.

Em outras palavras, o investimento, operação e manutenção de ativos para uma iluminação contínua e adequada, são partilhadas entre os municípios e as distribuidoras regionais.

Os impactos da falta de iluminação pública são significativos e exigem atenção e compromisso das autoridades.

De acordo com o estudo “Os impactos da Iluminação Pública no Brasil” mostrou que a sensação de segurança variava de acordo com a incidência de iluminação pública. Além disso, a ausência dessa infraestrutura no período noturno afetava homens e mulheres de diferentes maneiras.

Em todo o País,  57% das mulheres temiam ficar sozinhas à noite em ponto de ônibus e 53% se sentiam inseguras ao caminhar sozinhas no período noturno. O índice estava atrelado à insegurança de mulheres de se tornarem vítimas de roubo, assédio sexual ou estupro.

Além disso, a falta de iluminação pública impactava na autonomia da mulher. Conforme relatado no estudo, algumas mulheres chegaram a recusar oportunidades de emprego devido aos riscos associados às ruas mal iluminadas. (Com informações da OMS-Brasil)

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