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Decreto mantém restrições de atividades e só permite passageiros sentados no transporte coletivo

As determinações municipais para conter o avanço do coronavírus (Sars-CoV-2) em Goiânia e Aparecida de Goiânia mantiveram a operação do transporte coletivo, mas agora somente passageiros sentados poderão viajar. As atividades não essenciais, econômicas e não econômicas, continuarão com o funcionamento suspenso por mais sete dias, a
partir desta segunda-feira (8). O texto que foi discutido com outros prefeitos da região metropolitana da capital no sábado (6) também flexibilizou o funcionamento das igrejas, que poderão receber ate 10% da capacidade, desde que respeitados protocolos sanitários específicos para os templos.
O transporte coletivo foi considerado essencial por prefeitos e representantes do Ministério Público que participaram dos debates para elaboração do novo decreto.

Durante a semana, parte do setor produtivo sugeriu a suspensão do serviço e desejava que atividades fossem flexibilizadas. O decreto assinado pelo prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos), determina o
que funcionamento normal continua somente para estabelecimentos varejistas e atacadistas que comercializam produtos alimentícios, além de farmácias, postos de combustíveis e distribuidoras de gás e água. Consultórios de psicologia e fisioterapia voltados para a reabilitação também poderão abrir normalmente.


O novo decreto define ainda que restaurantes e lanchonetes só poderão fazer entregas. O mesmo vale para distribuidoras de bebidas que estão autorizadas a funcionar das 8 às 20 horas. Panificadoras e confeitarias não podem atender na modalidade self service e ninguém sentado nos estabelecimentos. Somente vendas no local ou para entregas.


Estão liberados missas e cultos entre 7 e 21 horas, num intervalo de três horas, mas as agremiações religiosas deverão limitar o comparecimento de pessoas a 10% do total de assentos, com distanciamento mínimo de dois metros entre elas. O uso de máscara, álcool em gel e aferição de temperatura são obrigatórios. Entre as celebrações as igrejas
deverão realizar limpeza e desinfecção das superfícies dos ambientes.

Educação


Escolas poderão funcionar na forma presencial, nos estabelecimentos de ensino regular nas etapas infantil, fundamental e médio, com a capacidade limitada a 30%. Já o funcionamento de estabelecimentos privados de cursos livres na modalidade presencial está vedado. As regras da educação também são aplicadas em Aparecida.


Escritórios de advocacia também poderão funcionar. Em Goiânia, as regras poderão ser reavaliadas antes do término do período de sete dias. Também há a possibilidade de prorrogação dependendo da situação da pandemia.
O critério central é a ocupação das UTIs. Para diminuir o rigor das normas, o indicador deve ficar abaixo de 70%, o que não ocorreu na semana passada. A proporção de leitos utilizados ficou na casa dos 95%.

Aparecida de Goiânia

Neste domingo (7) também foi publicado no Diário Oficial Eletrônico de Aparecida de Goiânia a portaria que estende por mais sete dias, a partir desta segunda-feira (8), a paralisação das atividades não essenciais, econômicas e não econômicas. Antes do término deste prazo a situação será reavaliada.

Entre os itens, de acordo com a portaria, apenas as atividades essenciais podem continuar abertas. Ferragistas e lojas de materiais de construção devem ficar fechadas neste período. Distribuidoras de bebidas, restaurantes e lanchonetes do município só podem funcionar no por meio de delivery, sem retirada no balcão.


No caso dos supermercados, para evitar aglomeração nas unidades, só poderá entrar um membro de cada núcleo familiar, exceto para pessoas que necessitam de acompanhamento, limitado a um acompanhante. Este ponto também se aplica a Goiânia. O descumprimento da portaria constitui infração administrativa e acarretará a interdição do estabelecimento.

Após este período, o município deve voltar ao modelo de isolamento social intermitente por escalonamento regional.

Trindade também editou novo decreto. As regras são semelhantes às de Goiânia e Aparecida. Uma diferença é quanto às celebrações religiosas, que lá poderão ter 20% da capacidade, o dobro dos dois municípios. A validade das normas será revista conforme a situação epidemiológica.

Setor empresarial está preocupado

Presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), Rubens José Fileti manifestou ao POPULAR grande preocupação com os novos decretos de municípios da região metropolitana de Goiânia para combater a alta transmissão do coronavírus (Sars-CoV-2). “Nosso posicionamento é que os decretos precisam ser cumpridos, mas o que vimos na semana passada foi um ‘faz de conta’. Muitas empresas trabalhando com as portas fechadas, atendendo normalmente, e o trânsito caótico mostrando que a cidade estava em pleno funcionamento. Infelizmente quase tudo o que pedimos para este novo decreto não foi atendido.”


De acordo com Fileti, o Fórum de Entidades Empresariais pediu que, em vez da suspensão das atividades econômicas, que fosse feito um escalonamento de horário para as lojas, tanto para os shoppings e lojas de rua, quanto para a região da 44. Os empresários sugeriram também um toque de recolher. “As festas e aglomerações também estão atrapalhando. Não adianta somente nós fecharmos as portas. É preciso uma ação coordenada com maior fiscalização e abertura de novos leitos de Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs).”

Rubens Fileti elogiou o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, por envolver o Fórum Empresarial nas discussões, “o que não ocorria no passado”, assim como o secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, por conseguir mostrar a real situação da pandemia, mas ele não acredita que o fechamento funcione. “A única solução efetiva é a vacina. Nós estamos dispostos a apoiar a compra dessas vacinas, mas há empecilhos por causa do Plano Nacional de Imunização.” O presidente da Acieg disse que vem recebendo relatos desesperadores de feirantes e profissionais liberais que “não têm o que comer”.


Presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi também não acredita que os decretos estejam atacando a causa do avanço da Covid-19, como as festas clandestinas e o transporte coletivo. “Dentro do comércio tudo é controlado, cumprimos os protocolos sanitários, não há contaminação. Infelizmente vamos ficar nesta situação até que toda a população seja vacinada.” Para o empresário falta coerência e bom senso. “A maior arma que temos hoje é a vacina. É preciso um esforço dos gestores para comprá-la.”

Marcelo Baiocchi também manifestou preocupação com o prejuízo arcado pelos empresários e as dificuldades impostas a eles. “Não sou o dono da razão, não tenho solução milagrosa, mas tenho certeza que parar a economia e proibir que as pessoas
trabalhem internamente é uma incoerência.”

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