Editorial do Diário de Aparecida: Cenário alarmante
Depois de divergir da orientação adotada em Goiânia para o combate ao novo coronavírus, Aparecida aparece no painel da Secretaria de Estado de Saúde em 1º lugar como o município com maior incidência de casos, dentre 14 cidades do Estado com mais de 100 mil habitantes.
O mais surpreendente nisso tudo, é que, em setembro do ano passado, Aparecida de Goiânia tinha a segunda menor taxa de letalidade por Covid-19 entre as cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes. De acordo com um relatório da plataforma SUS Analítico, na época a cidade estava atrás apenas de Florianópolis.
Na época, além de ser a única cidade goiana dentre os nove municípios com os menores índices no país, Aparecida também possuía menor letalidade que as médias do Estado, que era de 2,2%, e que a do Centro-Oeste e a do país, ambas eram de 3,0%, de acordo com os dados da plataforma.
O que mudou nas estratégias de enfrentamento à Covid-19 no município? Onde a gestão de Gustavo Mendanha falhou nas decisões? Não estariam esses mesmos erros sendo repetidos neste momento? Já que Goiânia, nosso município vizinho, decretou mais 14 dias de fechamento das atividades não-essenciais, enquanto Aparecida retornou, mesmo neste cenário alarmante de escala de contaminações e mortes pela doença, com o escalonamento regional.
Modelo esse que foi motivo de constantes reclamações das classes empresarial, comercial e industrial do município. Já que a ação não supre as demandas e não consegue solucionar, nem mesmo de forma parcial, a crise econômica provocada pelo coronavírus na cidade.
Há um ano atrás, os gestores valiam-se da desculpa de que o problema era desconhecido por todos e que era um processo de aprendizagem lidar com a Covid. Mas e hoje? Essas desculpas não podem mais serem aceitas, não há outra explicação que não seja a falta de infraestrutura e a negligência para o que estamos vivendo atualmente em Aparecida.