Com Aparecida flexibilizada, Mendanha é novo líder do negacionismo em Goiás
Da Redação
O prefeito Gustavo Mendanha é o novo líder do negacionismo da Covid-19 em Goiás. Ao se recusar a seguir o decreto estadual que fechou por 14 dias as portas do comércio, indústria e serviços, indo de encontro inclusive à decisão do seu colega Rogério Cruz, de Goiânia, que suspendeu as atividades econômicas não essenciais na capital, Mendanha passou a ser consagrado pelo bolsonarismo mais radical no Estado, inclusive merecendo um vídeo de elogios postado no Instagram nesta terça, 17, pelo extremista maluco beleza Gustavo Gayer.
Gayer, juntamente com a vereadora também bolsonarista Ângela Rodart, liderou duas tentativas de bloqueio ao tráfego na BR-153, em protesto contra as medidas de restrição para prevenir a disseminação do novo coronavírus.
A flexibilização em Aparecida é definida por Gayer como “defesa do povo contra a miséria”, enquanto sugere que a pandemia não passa de uma conspiração da imprensa para acabar com a economia do país. Ele não economia adjetivos para incensar Mendanha e parece ter atingido seu objetivo: também ontem, logo após o primeiro vídeo de Gayer, ele convidou o extremista para um live também no Instagram, em que os dois comentaram o decreto estadual e o prefeito assegurou que não vai recuar na decisão de manter Aparecida sob o sistema de escalonamento intermitente por regiões, criticado por especialistas.
Mendanha alega que o modelo foi aplicado com sucesso em Israel, mas essa informação não é confirmada pelo noticiário internacional. Na verdade, os israelenses são responsáveis pelas medidas mais duras de lockdown tomadas até agora em todo o mundo, inclusive no momento, mesmo alcançando um índice espetacular de mais de 60% da população vacinada. Em Israel, as pessoas estão proibidas inclusive de se afastar mais de um quilômetro e meio de suas casas, sob pena de prisão.
Também ontem, o Ministério Público Estadual informou que está estudando a situação de Aparecida, para decidir se aciona a Justiça para obrigar o prefeito a fechar as atividades econômicas não essenciais na cidade. Dada a proximidade e conurbação com Goiânia, constituindo-se ambas as cidades em um centro urbano único, tudo indica que o recurso de recorrer ao Judiciário para obrigar Mendanha a seguir o decreto estadual será a única saída.
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