Saúde

Pacientes hipertensos em Goiás serão monitorados por programa de prevenção mundial

Objetivo da iniciativa é prevenir doenças cardiovasculares, responsáveis pelo maior número de mortes no Brasil

Ao todo, 36 municípios de todas as regiões do Estado serão contemplados. Fotos: SES-GO

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), ampliou a adesão ao programa Hearts, da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), voltado para monitoramento de pacientes hipertensos e prevenção de doenças cardiovasculares. Além dos 18 municípios contemplados no Ministério da Saúde, outros 18 também receberão a iniciativa, totalizando 36 cidades-piloto no Estado.

 

O anúncio foi feito pelo secretário da Saúde, Sandro Rodrigues, durante o Congresso Mundial de Cardiologia, no qual foi palestrante na sexta-feira (14), no Rio de Janeiro (RJ). “Temos a chance de fazer história como Estado que demonstrou interesse em trabalhar com a prevenção do risco cardiovascular, junto aos municípios goianos”, disse. “Com esses 36 municípios, vamos chegar a todas as regiões do Estado”, observou.

 

O objetivo principal é conhecer os aspectos da hipertensão no território, observando as particularidades de cada região e assim, atender os pacientes com mais qualidade, prevenindo agravos e agudização dos quadros. “A gente tem vontade política, expertise técnica e recursos pelas parcerias que temos estabelecido”, completa Sandro.

 

O projeto será implantado pela SES-GO em parceria com a Opas, Universidade Federal de Goiás (UFG) e Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de Goiás (Cosems). Também tem a participação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Federação Mundial do Coração, além da possibilidade de parcerias público-privadas.

 

Ação prevê implantação de hábitos saudáveis e o acesso a medicamentos

 

A ação da Organização Pan-americana de Saúde – Opas já foi implementada em 22 países no mundo, incluindo a América Latina, com foco na prevenção e principalmente assistência qualificada no intuito de diminuir agravos relativos à hipertensão. Engloba a capacitação de profissionais da Atenção Primária de Saúde (APS), o monitoramento de pacientes hipertensos com implantação de protocolos de aconselhamento de hábitos saudáveis de vida e o acesso a medicamentos, sempre considerando os aspectos territoriais.

 

No Estado de Goiás, a Iniciativa Hearts vem sendo implementada desde maio de 2022 com reuniões e elaboração de documentos junto à equipe Opas Brasil. No momento, um grupo estratégico de profissionais da SES e universidades está trabalhando na elaboração de protocolos assistenciais para implementação da iniciativa, abrangendo todas as regiões de saúde e preconizando municípios com 100% de cobertura da APS.

 

E ainda, numa parceria com a Liga de Hipertensão da UFG e o município de Inhumas, a SES apoiará o Projeto Legado que tem o objetivo de desenvolver modelos de gestão em saúde pública, com foco no cuidado cardiovascular de alta performance.

 

 “A discussão com outros países sobre doenças cardiovasculares nos coloca na frente no Brasil”

 

Durante o congresso, Sandro Rodrigues coordenou a mesa-redonda “Iniciativa Hearts: das Américas para os municípios brasileiros”. “A participação em um evento desta magnitude, com o presidente da World Heart Federation, professor doutor Fausto Pinto, é extremamente importante para colocar Goiás no cenário mundial da cardiologia, com parceria de instituições de vários países e para que sejamos protagonistas para outros estados da Federação”, afirmou o titular da SES-GO.

 

O secretário lembrou que a doença cardiovascular é um grande desafio, já que é a maior causa de morte no país. “Esse momento foi de pensar estratégias que trabalhem todo o atendimento na atenção primária de forma coordenada com a secundária e terciária. Aqui, neste congresso, um grupo de médicos especialistas está desenhando sistemas de saúde que atendam esses pacientes da melhor forma possível”, explicou Sandro Rodrigues.

 

Segundo ele, a área cardiovascular ainda é um grande desafio para os estados, que não fazem esse atendimento primário, mas coordenam e dão suporte aos municípios. “Discutimos as barreiras, mas também as facilidades que temos no Brasil, até por ter um sistema capilarizado como Sistema Único de Saúde (SUS). É um modelo de êxito mundial na vacinação e pode repetir esse sucesso na área cardiovascular.”

 

 

 

 

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