Em celebração a data, nutricionista dá dica de ouro: “desembalar menos, descascar mais”
Da Redação
Uma alimentação adequada e saudável tem papel indispensável na garantia de saúde e bem-estar, inclusive no que diz respeito à prevenção de enfermidades. Não é atoa que, no dia 31 de março, é celebrado em todo o país o Dia da Saúde e Nutrição. A data, que faz parte do calendário oficial do Ministério da Saúde, chama atenção para a prática de uma boa alimentação, bem como para a importância nutricional dos alimentos, questões que merecem a atenção dos pacientes com Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).
Isso porque, conforme lembrou a nutricionista Maria Angélica Monteiro Grecco, a dietoterapia também é uma das formas de tratar a doença. “Somente a medicação não resolve. É importante que exista a mudança dos hábitos alimentares. Mesmo em casos cirúrgicos ou endoscópicos, vai haver esta necessidade”, destacou.
Mas é importante ressaltar que se alimentar bem vai muito além de matar a fome. Segundo a especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, ter uma boa alimentação consiste, sobretudo, em priorizar alimentos naturais e evitar produtos industrializados e ultraprocessados.
“Quanto mais natural a alimentação, mais benefícios ela vai oferecer. O indivíduo terá um aporte calórico, nutricional, protéico e vitamínico imensamente maior evitando a exposição a corantes e conservantes. Importante também, associado a essa boa alimentação, o consumo de água, atividades físicas e boas horas de sono”, complementou.
Alimentos para evitar e investir
Já não é mais novidade que a alimentação de pacientes com refluxo requer alguns cuidados. Por isso, Maria Angélica recomenda evitar alimentos de difícil digestão e irritantes gástricos. Café, chá mate e preto, refrigerantes, bebidas alcoólicas, chocolate, pimenta, condimentos, frituras e gorduras integram a lista. “São alimentos que aumentam a secreção do suco gástrico, fazendo com que haja uma maior irritação no estômago. Isso acaba machucando o esôfago e piorando a questão do refluxo, por isso, é importante evitá-los”, explicou.
Por outro lado, ela destacou que a dieta para os pacientes com refluxo é muito individualizada já que, além dos potenciais irritantes gástricos, existem outros alimentos que precisam ser monitorados individualmente. Isso porque enquanto algumas pessoas podem sentir desconfortos com frutas cítricas, lactose e molho de tomate, por exemplo, outras não sentem nada.
Em contrapartida, há alimentos que não podem ficar fora da dieta, tais como frutas, verduras, legumes, proteínas (ovo, frango, peixe, carnes magras) e cereais integrais. Ela ainda deu a dica de priorizar alimentos cozidos, quando o refluxo estiver mais intenso, pois são de mais fácil digestão.
Mudança de hábitos
Além de priorizar uma alimentação mais natural e saudável, a nutricionista reiterou que a mudança de alguns hábitos pode ajudar significativamente no alívio dos sintomas de refluxo. A começar pelo fracionamento da dieta, para que o paciente possa comer várias vezes ao dia, em pequenos volumes.
A adequação das últimas refeições diárias também é importante para que o paciente não deite logo após se alimentar e durma com o estômago cheio, assim como o ajuste da hidratação ao longo do dia, para evitar que a ingestão de líquidos aconteça junto às refeições.
Maria Angélica observou, ainda, que o papel do profissional nutricionista no tratamento da DRGE é justamente esse: fazer um planejamento individualizado e adequar a rotina do paciente a essa necessidade. “Na anamnese nutricional, o profissional é capaz de fazer toda essa avaliação e montar um planejamento alimentar adequado para ajudar no tratamento medicamentoso, endoscópico ou cirúrgico que esse paciente irá fazer”, reforçou.