Editorial do Diário de Aparecida: Só mato e abandono
Desde dezembro do ano passado, o Diário de Aparecida tem apresentado em suas edições inúmeras denúncias, que vem recebendo de seus leitores, de acúmulo de lixo e entulho nas ruas, de buracos nas vias e, principalmente, de mato alto e de abandono, por parte do poder público municipal, em todos os cantos da cidade.
São moradores de inúmeros bairros, empresários com instalações nos polos e até representantes do Legislativo aparecidense reclamando incansavelmente do descaso da prefeitura com os cidadãos. O problema é tão grande que o secretário de Desenvolvimento Urbano, Max Menezes, foi à Câmara explicar a falta de conservação urbana na cidade.
Nas palavras do chefe da pasta, “se você resolve um problema hoje, passam poucos dias e ele já está lá de novo”. Seria esse o motivo do desmazelo com a cidade? Vale lembrar que em 2020, ano eleitoral, quando o prefeito Gustavo Mendanha buscava o 2º mandato, Aparecida parecia um brinco, como se diz na linguagem popular.
Caminhões e máquinas da prefeitura circulavam 24 horas por dia, mantendo limpos os logradouros públicos e recolhendo imediatamente qualquer sujeira deixada nas calçadas. Pintura de faixas e renovação da sinalização, troca de lâmpadas queimadas e poda de árvores funcionavam a todo vapor. Nada ficava fora do lugar. Em 2021, tudo mudou.
É claro que, com Mendanha reeleito, o problema de arrecadação nos cofres públicos, devido à pandemia da Covid-19, foi escancarado. Porém, o gestor já sabia o cenário que encontraria na Cidade Administrativa, caso fosse eleito para o segundo mandato. Afinal, ele também era o regulador financeiro do Executivo municipal na gestão anterior. O que não dá é para deixar a população pagar o pato pelo desequilíbrio fiscal. A sociedade precisa ser atendida e logo, já que deu novamente seu voto de confiança a Mendanha.