Aparecida

2º mandato de Mendanha leva Aparecida à estagnação

Os quase quatro meses iniciais do 2º mandato do prefeito Gustavo Mendanha tiveram um custo para Aparecida: a cidade parou. Mendanha não deu um passo adiante para o cumprimento das promessas que fez na campanha e ainda teve o azar de ser acometido, juntamente com a família inteira, pela Covid-19, que levou à perda do seu pai, Léo Mendanha, e a uma internação hospitalar dele próprio.
Todas as decisões administrativas que poderiam representar alguma mudança ou avanço para Aparecida foram adiadas. Sob o impacto da pandemia, para complicar ainda mais as coisas, a arrecadação do município caiu, os repasses federais foram suspensos pelo impasse que perdura até hoje sobre o Orçamento 2021 da União e as despesas para o enfrentamento à Covid-19 subiram. Não é exagero usar um termo que entrou em moda com a crise sanitária: a prefeitura aparecidense colapsou.
O Mendanha do 2º mandato está longe de repetir o Mendanha do 1º. Hoje, a atividade principal do prefeito é postar vídeos e comentários nas redes sociais, com apelos emocionais e frases feitas de solidariedade a todos os que, como ele, literalmente sofreram na carne as agruras do coronavírus. Resultado: ao priorizar o marketing em vez de ações concretas próprias a quem comando um Poder Executivo, os pés de barro do “ídolo” acabaram expostos.
Compromissos importantes levados até a população no período eleitoral de 2020, como a implantação de um Banco de Alimentos, fundamental em uma época em que milhares de famílias em Aparecida vivem em regime de insegurança alimentar – que pode ser definido como não saber o que se terá na mesa do almoço no dia seguinte –, ainda estão no papel. No lugar da institucionalização do programa como uma atividade permanente, Mendanha doou o salário de um mês para comprar cestas básicas (o dinheiro deu para 400), como sempre aproveitando para fazer um festival de propaganda nas mídias sociais.
Não é nada. O prefeito sabe disso e resolveu cobrar do funcionalismo a mesma atitude, o que rendeu mais 2.000 cestas. Continuou não sendo nada, um pingo d’água no oceano de carências de Aparecida, um município onde os desafios são imensos na área social e vão desde arrumar comida diariamente para os filhos até conseguir vagas na rede de Cmei’s, insuficientes para atender o elevado contingente de crianças na idade de frequentar a Educação Infantil.
É claro que, em um panorama de desolação administrativa como esse, nem é possível falar de melhorias na infraestrutura da cidade – não à toa, multiplicam-se as reclamações, inclusive nas redes sociais que tanto apaixonam Mendanha, sobre a falta de conservação das ruas, avenidas e logradouros públicos, além de 90 mil lotes desocupados tomados pelo matagal, ameaçando a segurança e a comodidade dos moradores de Aparecida.
A consequência de tudo isso é que a gestão entrou em paralisia, com o prefeito ausente do seu gabinete na Cidade Administrativa há semanas e o secretariado desnorteado, sem diretrizes para achar o que fazer.

Rogério Cruz, mesmo com uma crise política, acabou fazendo muito mais

Enquanto em Goiânia o prefeito Rogério Cruz avançou e chegou até a cumprir promessas importantes de campanha nos seus dias iniciais de mandato, o seu colega de Aparecida, Gustavo Mendanha, não apresentou uma única novidade, por menor que seja, nos primeiros passos do seu 2º mandato.
Cruz, em menos de 60 dias, implantou dois programas sociais que foram mote principal da campanha, ao lado de Maguito Vilela, para a Prefeitura de Goiânia: o IPTU Social e o Renda Família. Milhares de goianienses em situação de vulnerabilidade foram beneficiados, representando uma injeção de aproximadamente R$ 11 milhões na renda da população menos privilegiada.
Além disso, o prefeito de Goiânia fez muito, contornando, inclusive, uma crise política de profundidade, que foi o rompimento com o MDB e a saída de 21 secretários indicados pelo partido. Goste-se ou não de Rogério Cruz, é preciso admitir que nem mesmo um evento político dessa magnitude foi capaz de paralisar a sua gestão – pródiga em resultados como uma operação tapa-buraco que cobre todas as ruas e avenidas e garante asfalto liso para os motoristas da Capital.
Por que Goiânia caminha para a frente e Aparecida, não? Uma explicação seria o estilo de Rogério Cruz como prefeito, com pouca ou nenhuma atenção para o marketing das redes sociais e focado em soluções para os desafios da Capital, em contrapartida com a preocupação exacerbada de Gustavo Mendanha com a alimentação constante dos seus perfis no Instagram, Facebook e Twitter, onde tenta criar uma intimidade com a população e vender uma imagem de homem de ação, mesmo sem fornecer respostas concretas para os contratempos que afligem o dia a dia dos aparecidenses.

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