Aparecida

Mais de 10% dos casos de Covid-19 do Estado são de Aparecida de Goiânia

Levantamento do Diário de Aparecida, baseado nos dados das respectivas secretarias de Saúde da última segunda-feira, 2, revela que 10,50% dos casos confirmados de Covid-19 em Goiás são de Aparecida de Goiânia. Enquanto o Estado já contabiliza 745.041 casos, o município aponta 78.247. A Secretaria de Saúde de Aparecida afirma que de domingo, 1º, para segunda-feira, 2, foram confirmados 203 novos registros na cidade. Até o último balanço, Aparecida possuía 809 casos ativos, que estavam hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. A cidade calcula 1.518 óbitos em decorrência da doença. Aparecida realizou 344.798 exames de Covid-19, sendo que 22,69% deram positivo.

Apesar do Painel da Covid-19 de Aparecida informar que o município está classificado no cenário verde (baixo risco), 21 bairros possuem mais de 1.000 casos confirmados do novo Coronavírus. O campeão da lista é o Jardim Buriti Sereno, com 3.583. Em segundo lugar aparece o Cidade Vera Cruz, com 3.172. Já em terceiro lugar figura o Jardim Tiradentes, com 2.597. Em seguida aparecem os seguintes bairros com maior número de casos confirmados: Setor Garavelo (2.054), Garavelo Residencial Park (1.627), Parque Veiga Jardim (1.569), Sítios Santa Luzia (1.489), Vila Brasília (1.414) e Colina Azul (1.351).

De acordo com o Boletim Epidemiológico da cidade de segunda-feira, 2, adultos entre 30 e 39 anos lideram o percentual por faixa etária de casos confirmados em Aparecida, com 24%. Em segundo lugar aparecem jovens entre 20 e 29 anos, com 21%. Em terceiro lugar estão adultos entre 40 e 49 anos, com 20%. Em quarto lugar vêm adultos entre 50 e 59 anos, com 13%. Em seguida aparecem crianças e jovens entre 10 e 19 anos, com 8%; idosos entre 60 e 69 anos, com 7%; idosos entre 70 e 79 anos, com 3%; crianças entre 0 e 5 anos, com 2%. Crianças entre 6 e 9 anos figuram com 1% e idosos acima de 80 anos, entre 1% e 2%.

Embora o prefeito da cidade, Gustavo Mendanha (MDB), despreze a ameaça da “terceira onda” no município e não adote medidas enérgicas de combate à Covid-19, ela é real. A expressão, que é popularmente aceita para descrever o agravamento dos números após uma relativa melhora, está relacionada a diversos fatores – entre eles, o relaxamento das medidas restritivas, que permitiu o retorno de atividades sociais e comerciais, e o consequente aumento da circulação de pessoas pelas ruas. A preocupação é que essa retomada acontece num período em que os sistemas de saúde ainda estão bastante fragilizados e sem condições de dar vazão à chegada de milhares de novos pacientes.

Atualmente, a ocupação geral de UTI’s para Covid-19 em Aparecida (públicas e particulares) está em 64%, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde da cidade.

Aparecida de Goiânia adotou um modelo diferente do restante da região metropolitana: semelhante a 2020, a cidade foi dividida por macrozonas, algumas das quais com funcionamento de comércio permitido durante alguns dias da semana, a depender da gravidade da situação da pandemia. Para especialistas em saúde, o aumento no número de casos é reflexo da flexibilização das medidas de distanciamento social. “Não é hora para aglomeração. A gente não tem vacina para todo mundo. Se a gente não tiver uma cobertura vacinal, a gente não pode liberar tudo. Precisamos ter restrição. Ainda é um momento de atenção”, afirmou o médico infectologista Marcelo Daher.

Médica infectologista do Hospital Órion e da Polícia Militar, Juliana Barreto adverte que não é o momento de relaxar nas medidas de contenção do vírus no Estado. “Quanto mais as pessoas colaborarem, mesmo entendendo toda a dificuldade econômica que se tem no momento no nosso País, no nosso Estado, mais rapidamente tudo poderá ser aberto com todas as condições de segurança.”

A infectologista lembra que a vacina contra a Covid-19 é a arma ideal para combater a doença. “Vacinar em massa a população é a nossa esperança para redução e controle da doença, já que nós já sabemos que não há nenhuma medicação profilática, ou seja, preventiva, contra o Coronavírus. A medicação preventiva é a vacina. E a vacina, junto com as medidas de segurança, lavagem correta das mãos, uso das máscaras a todo tempo e distanciamento social, é que vai levar à superação da pandemia.”

 

Prevenção
Embora haja uma previsão de aumento no ritmo de vacinação contra a Covid-19, as medidas de distanciamento, isolamento, uso de máscara e higienização das mãos devem ser mantidas sem flexibilização. A orientação é da infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi. “O anúncio de que a vacinação está acelerando não nos permite relaxar nenhuma medida de bloqueio da transmissão”, afirma em entrevista à CNN.

A infectologista enfatiza o perigo da variante originária da Índia, 97% mais ágil na transmissão em comparação ao vírus original, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Stucchi acredita que seja provável a prevalência da cepa entre os novos casos detectados no Brasil. “Nós sabemos que ela [variante originária da Índia] já está sendo detectada em vários Estados e, pela sua capacidade de transmissão, é possível, assim como acontece no Reino Unido, e tem a chance de acontecer em Israel, que ela predomine circulando aqui entre nós”, destaca a especialista.

A infectologista afirma que a aceleração da aplicação do esquema vacinal completo, ou seja, duas doses de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer e uma dose da Janssen, é a saída para tentar combater a variante no Brasil.

“Existe uma recomendação da própria OMS, que se acelere a vacinação para completar as duas doses. A variante Delta [originária da Índia] preocupa demais pela sua capacidade de se transmitir muito fácil de pessoa para pessoa porque ela diminui um pouquinho a proteção das vacinas.”

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