Aparecida

Pelo menos 15% dos alunos da rede municipal de Aparecida não têm acesso às aulas remotas

Levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia aponta que pelo menos 15% dos alunos da rede não tiveram acesso às aulas remotas. Isso porque o tipo, a rede, renda e velocidade de conexão à internet podem não ser suficientes para que os alunos consigam ter acesso ao ensino a distância. As informações são referentes ao ano de 2021. Marketing de “cidade inteligente” esconde a realidade do município.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que ter acesso à internet é fundamental para que crianças e adolescentes possam exercer plenamente seus direitos. Em tempos de coronavírus e isolamento social, a rede se torna ainda mais importante para garantir a continuidade da aprendizagem, manter contato com amigos e cuidar da saúde mental, se proteger contra a violência e ter acesso a informações confiáveis.
“As meninas e os meninos sem acesso à internet em casa são aqueles que mais sofrerão os impactos sociais da pandemia, incluindo o aumento da desigualdade no acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde, proteção e participação”, afirma Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil. Ela defende que todas as crianças e todos os adolescentes que vivem em famílias que são beneficiárias do programa de “auxílio emergencial”, do Bolsa Família ou cuja renda mensal familiar per capita é inferior a R$ 178 mensais tenham acesso gratuito à internet.
Com escolas fechadas por causa da pandemia, em novembro de 2020, quase 1,5 milhão de crianças e adolescentes brasileiros de 6 a 17 anos não frequentavam a escola (remota ou presencialmente), de acordo com o Unicef. A eles, somam-se outros 3,7 milhões que estavam matriculados, mas não tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram se manter aprendendo em casa. No total, 5,1 milhões tiveram seu direito à educação negado em novembro de 2020, conforme a entidade.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) destaca que desde a suspensão das aulas presenciais em março de 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, as crianças matriculadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei’s), bem como das escolas do município, ingressaram no Regime de Aulas Não Presenciais (Reanp) e todos os professores da rede passaram a conduzir os processos de ensino-aprendizagem por meio de ferramentas digitais on-line.

Alternativa
Mesmo com internet em casa, parte dos alunos não participa das aulas. Uma das alternativas encontradas pelas unidades de ensino, conforme explicou ao Mais Goiás a professora Idelma Oliveira, superintendente de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida, é que os pais dos alunos que não conseguem acesso às aulas on-line recolham atividades impressas nas escolas.
Segundo ela, para esses alunos, são entregues as devolutivas de atividades com avaliação diferenciada. De acordo com formulários preenchidos por pais de alunos matriculados, 25% de toda a rede optou pela retirada de atividades impressas em 2020.
Dentro desse universo de estudantes há crianças que não possuem acesso à internet e pessoas que optaram pelas atividades por outros motivos. Entre eles está o de que o acesso a pacotes de dados de rede de internet móvel não é suficiente para assistir às aulas on-line. O levantamento para o ano letivo de 2021 ainda não foi concluído.

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