Cerca de 8% das mortes por Covid-19 em Goiás são de Aparecida
Goiás atingiu na sexta-feira, 30, a triste marca de 15.000 mortes por Covid-19. Desse total, 7,85% é de Aparecida de Goiânia, que já alcançou 1.178 registros de óbitos em decorrência da doença, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). De acordo com a pasta, 551.919 goianos testaram positivo para a doença e, desse cálculo, 10,96% são aparecidenses, que tiveram 60.503 registros de casos. Em quatro meses de 2021, pandemia do novo coronavírus ceifou a vida de 588 aparecidenses.
A SES-GO informa que, de 551.919 casos, 525.167 goianos estão recuperados. No Estado, há 435.130 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 267.049 casos. A taxa de letalidade em Goiás é de 2,72%. Há 300 óbitos suspeitos que estão em investigação.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, até as 17h da última quinta-feira, 29, o município possuía 859 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 62.089 casos confirmados, 60.071 estão recuperados e 1.159 vieram a óbito por Covid-19, com sete confirmados nas últimas 24 horas. Conforme a SES-GO, Aparecida de Goiânia tem 10.464,41 casos por 100 mil habitantes e 203,74 óbitos por 100 mil habitantes.
Baseado nas informações da SES-GO, a média de mortes diárias em Aparecida no mês de abril foi de 7,9, um pouco menor do que em março, quando foram registradas 8,3 mortes por dia. Nesse mês, a SMS de Aparecida de Goiânia comprovou três casos de reinfecção pela Covid-19. Segundo a pasta, os pacientes tiveram a doença duas vezes em um intervalo superior a 90 dias. Dois deles foram reinfectados pela variante P1, identificada pela primeira vez em Manaus, no Estado do Amazonas.
De acordo com a secretaria, o primeiro caso trata-se de um idoso de 60 anos, hipertenso, que foi assintomático no primeiro episódio e que 94 dias depois testou positivo mais uma vez para o novo coronavírus, apresentando sintomas como perda de olfato e paladar. Conforme a SMS, esse caso ocorreu em 2020 e as variantes são consideradas de menor preocupação.
O segundo caso comprovado refere-se a uma moça de 25 anos, com bronquite, que se reinfectou em um intervalo de 188 dias, o que é equivalente a pouco mais de seis meses. O terceiro registro é de um jovem de 25 anos, sem comorbidades, que se infectou novamente após 225 dias, ou seja, em torno de sete meses. A secretaria disse que os dois últimos relataram sintomas mais leves na segunda vez em que manifestaram a doença e ambos foram reinfectados pela variante P1.
Diretora de Avaliação de Políticas de Saúde e responsável pelo programa de sequenciamento, Érika Lopes explicou que não foram identificadas variantes da Covid-19 nos materiais de 2020 que foram analisados. Já nas amostras coletadas este ano, 58,8% foram infectados pela variante P1 e 3,9% pela variante B.1.1.7, detectada no Reino Unido em setembro de 2020.
Ela explicou ainda que, dos 22 pacientes com menos de 60 anos e sem comorbidades que desenvolveram formas graves e precisaram de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), 19 foram infectados por uma dessas duas variantes, que, juntas, foram responsáveis pela contaminação de 86,3% dos pacientes desse grupo estudado.
A diretora destacou que o sequenciamento genético é importante para relacionar os dados obtidos com as informações epidemiológicas dos pacientes para tentar entender melhor a dinâmica de evolução e dispersão do vírus e monitorar as variantes. Ela disse ainda que os dados são preocupantes.
“Essas são variantes consideradas de preocupação, que são monitoradas internacionalmente, inclusive. É preciso esclarecer que enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Esse é um processo natural da replicação do vírus. Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico”, disse.