Aparecida de Goiânia volta à situação de calamidade no mapa de risco da Saúde
A região Centro Sul de Saúde do Estado, com sede em Aparecida de Goiânia, voltou para a situação de calamidade no mapa de risco do Painel da Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A atualização foi feita ontem, 5. No mapa do dia 23 de abril, essa região estava em situação crítica, um cenário intermediário entre as três classificações da pasta. A taxa geral (pública e privada) de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento da doença no município é de 65,93%. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida, a taxa de ocupação de UTIs na rede pública é de 47% e na particular, de 88%.
De acordo com o último balanço do Painel da Covid-19 da SMS de Aparecida, divulgado na terça-feira, 4, às 17h, nas últimas 24 horas foram confirmados 127 novos casos na cidade. No momento, o município possui 840 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 62.734 casos confirmados, 60.712 estão recuperados e 1.182 vieram a óbito por Covid-19, com quatro confirmados nas últimas 24 horas. O painel mostra que, até a última segunda-feira, 3, 58.184 doses D1 foram aplicadas. Já da D2, foram aplicadas 32.456, com total de 90.640 aplicações em Aparecida.
A SES-GO informa que há 559.175 casos de infecção pelo novo coronavírus no território goiano. Desses, há o registro de 532.499 pessoas recuperadas e 15.275 óbitos confirmados. No Estado, há 435.616 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 268.872 casos. Há 15.275 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,73%. Há 291 óbitos suspeitos que estão em investigação.
Levantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose das vacinas contra a Covid-19, foram aplicadas 951.985 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 490.979 pessoas. Esses dados são preliminares.
Nos últimos sete dias, houve também outras duas alterações no mapa de risco apontado pela SES-GO. A regional Serra da Mesa, que engloba cidades como Uruaçu e Niquelândia, deixou a situação de calamidade e passou ao cenário crítico. A região Norte também regrediu. Essa era a única regional no cenário de alerta mais brando do mapa de risco. Agora, porém, o Norte Goiano, onde fica Porangatu, está em situação crítica. Outras 15 regionais não mudaram em relação à semana anterior. Entre elas está a região do Rio Vermelho, onde fica a Cidade de Goiás, que permanece em situação crítica. Todas as demais estão em calamidade.
Calamidade
Com base nas informações da SES-GO, a média de mortes diárias em Aparecida no mês de abril foi de 7,9, um pouco menor do que em março, quando foram registradas 8,3 mortes por dia. Nesse mês, a SMS de Aparecida de Goiânia comprovou três casos de reinfecção pela Covid-19. Segundo a pasta, os pacientes tiveram a doença duas vezes em um intervalo superior a 90 dias. Dois deles foram reinfectados pela variante P1, identificada pela primeira vez em Manaus, no Estado do Amazonas.
De acordo com a secretaria, o primeiro caso trata-se de um idoso de 60 anos, hipertenso, que foi assintomático no primeiro episódio e que 94 dias depois testou positivo mais uma vez para o novo coronavírus, apresentando sintomas como perda de olfato e paladar. Conforme a SMS, esse caso ocorreu em 2020 e as variantes são consideradas de menor preocupação.
O segundo caso comprovado refere-se a uma moça de 25 anos, com bronquite, que se contaminou novamente em um intervalo de 188 dias, o que é equivalente a pouco mais de seis meses. O terceiro registro é de um jovem de 25 anos, sem comorbidades, que se infectou novamente após 225 dias, ou seja, em torno de sete meses. A secretaria disse que os dois últimos relataram sintomas mais leves na segunda vez em que manifestaram a doença e ambos foram reinfectados pela variante P1.
Diretora de Avaliação de Políticas de Saúde e responsável pelo programa de sequenciamento, Érika Lopes explicou que não foram identificadas variantes da Covid-19 nos materiais de 2020 que foram analisados. Já nas amostras coletadas este ano, 58,8% foram infectados pela variante P1 e 3,9% pela variante B.1.1.7, detectada no Reino Unido em setembro de 2020.
Ela explicou ainda que, dos 22 pacientes com menos de 60 anos e sem comorbidades que desenvolveram formas graves e precisaram de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), 19 foram infectados por uma dessas duas variantes, que, juntas, foram responsáveis pela contaminação de 86,3% dos pacientes desse grupo estudado.
A diretora destacou que o sequenciamento genético é importante para relacionar os dados obtidos com as informações epidemiológicas dos pacientes para tentar entender melhor a dinâmica de evolução e dispersão do vírus e monitorar as variantes. Ela disse ainda que os dados são preocupantes.
“Essas são variantes consideradas de preocupação, que são monitoradas internacionalmente, inclusive. É preciso esclarecer que enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Esse é um processo natural da replicação do vírus. Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico”, disse.