Dez secretarias executivas em Aparecida são ocupadas por vereadores não reeleitos
Segundo o Portal da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, a administração executiva conta com 26 secretários municipais. O Portal da Transparência do município comprova que cada um recebe o salário mensal de R$ 11.078,59. Já a quantidade de secretarias executivas, que poderiam ser órgãos ou departamentos de outras, ultrapassa as principais: são 28 secretários executivos, cada um com o salário mensal de R$ 8.938,00.
Dessas secretarias executivas, dez são ocupadas por ex-vereadores não reeleitos em 15 de novembro de 2020. Algumas dessas pastas foram criadas por meio do Projeto de Lei (PL) nº 88/2020, que dispõe sobre a Estrutura Organizacional Administrativa da Prefeitura Municipal de Aparecida, que promoveu a Reforma Administrativa, aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo então prefeito Gustavo Mendanha (MDB) em 31 de dezembro de 2020.
Na justificativa do projeto de lei, o prefeito Gustavo Mendanha disse que os munícipes estão cada vez mais exigentes em relação aos serviços públicos prestados, e que usou a prerrogativa adaptando a estrutura administrativa para funcionamento conforme as exigências dos cidadãos aparecidenses.
Exemplo
A Secretaria Municipal de Ação Integrada, chefiada por Vanilson Bueno, presidente municipal do PSDB, coordena as secretarias executivas de Articulação Institucional, que tem como titular Ataídes Teixeira (MDB), vereador não reeleito; Movimentos Sociais, comandada por Júlio Lemos, suplente do vereador Marcos Miranda (Republicanos); e Aparecida 100 Anos, titulada por Rosildo Manoel (Progressistas), vereador não reeleito.
Quem são?
Os dez ex-vereadores são: Ataíde Teixeira (MDB), conhecido como Ataíde Neguinho; Rosildo Manoel (Progressistas), Almeidinha (MDB), Hilário Giacomet (MDB), Mazinho Madre Germana (Progressistas), Bira Contador (PL), Pastor João Santana (Republicanos), Edilson Ferreira (MDB), Elias Júnior (Progressistas) e Arnaldo Leite (MDB) como 1º suplente de vereador pelo MDB – ele foi empossado como vereador, ocupando a vaga da vereadora licenciada Valéria Pettersen, que assumiu a Secretaria de Relações Institucionais de Goiânia. Antes, Arnaldo estava no comando da Secretaria Executiva de Segurança Pública de Mobilidade (SMTA).
Sem gabinete
“Houve muitas problemáticas neste ano, como, por exemplo, a segunda onda da pandemia, a doença do prefeito Gustavo, da esposa e dos filhos, e ainda a morte do pai dele. Apesar de já estarmos no mês de maio, têm secretarias para serem estruturadas, e, devido ao volume de cargos criados, vários secretários executivos ainda não têm gabinete para despachar. Até a Secretaria Municipal de Segurança [uma das principais] está improvisada na Guarda Civil Municipal”, informou uma fonte, pedindo sigilo.
Segundo o Portal Consultor Municipal, gestores municipais criam secretarias com o único propósito de dar emprego aos correligionários políticos, abrindo espaço para cumprir as promessas de campanha. Esse é um dos motivos do enorme aumento das despesas com pessoal, apesar do freio imposto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
