Editorial do Diário de Aparecida: Mendanha está devendo
O aniversário de 99 anos de fundação de Aparecida transcorreu na última terça-feira, 11 de maio, sem que a prefeitura fizesse o que tradicionalmente toda e qualquer estrutura de governo faz em oportunidades semelhante: entrega de obras, inaugurações ou sequer uma prestação de contas sobre realizações recentes ou até mesmo do mandato do chefe do Executivo eventual.
A verdade é que a gestão do prefeito Gustavo Mendanha não tem uma identidade ou uma marca par a lembrar a sua passagem pelo poder. No passado, Norberto Teixeira, Ademir Menezes, José Macedo e Maguito Vilela, que administraram Aparecida, legaram avanços importantes para o município, em especial rasgando avenidas, atraindo grandes empresas, asfaltando numerosos bairros e construindo, como o fez Maguito, prédios como o do Hospital Municipal e o da Cidade Administrativa.
Mendanha já contabiliza 4 anos e pouco mais de 4 meses como responsável maior dos destinos dos mais de 600 mil aparecidenses, mas sua passagem pelo cargo de prefeito mostra até agora um saldo de brancas nuvens. E, ainda pior, com retrocessos inaceitáveis, como a quase ou nenhuma busca de investimentos industriais para Aparecida, paralisando uma tendência de quase 20 anos de chegada contínua de novos polos geradores de renda e vagas de trabalho para o município.
A data de comemoração da fundação de Aparecida acabou como motivo, mais uma vez, para o marketing vazio, às custas de preciosos recursos públicos. Voo de helicóptero, desfile de balões, live na internet e outras iniciativas que não fazem sentido em um núcleo urbano onde os desafios mais cruciais permanecem sem resposta – crianças sem escola, família acuadas pela fome, lama e poeira nos bairros, desemprego e a pandemia que a todos intimida com o seu ataque mortal. Mendanha está devendo. Seu mandato não tem justificativa nem conteúdo. E o tempo não para.