Você se lembra do último ano em que o Vila Nova foi campeão goiano?
Onde você estava em 17 de abril de 2005? Lembrar o que aconteceu há 16 anos não é fácil, mas se o dia foi marcante, aí sim, a tarefa pode ser menos complicada. Para o torcedor do Vila Nova Futebol Clube, então, nem se fala, pois foi nesta data, mais precisamente numa tarde de domingo, no estádio Serra Dourada, que o Tigre conquistava, em cima do arquirrival Goiás, pela última vez o título de campeão goiano.
De novo na decisão, agora contra o Grêmio Anápolis, o Vila Nova tem a chance de encerrar o jejum, enquanto o adversário busca sua primeira conquista. Para a maioria maciça do elenco colorado, é a chance de comemorar um título estadual pela primeira vez, sensação que o atacante Pedro Júnior conhece bem, afinal foi titular na vitoriosa campanha de 2005. Aliás, se o atacante ainda está na ativa, os outros personagens da conquista de 2005 também estão?
No comando do técnico Edson Gaúcho, muito lembrado pelo jeito firme com o qual conduzia o elenco, e que hoje tenta retomar a carreira como treinador, a escalação da final, teve: Michel; Marquinhos Paraná, Heleno, Higo e Rodrigo Alvim; Fábio Bahia, Alexandre, Tim e Itaqui; Pedro Júnior e Wando.
Para o então meia Tim, que depois daquela temporada pelo Vila Nova, jogou apenas mais uma com a camisa da Aparecidense, mesmo com uma diretoria “novata”, problemas financeiros não existiam. “O que ficou marcante naquele trabalho, foi a união do grupo, adquirida de forma rápida, entendendo a metodologia do Edson Gaúcho, um cara difícil de conviver. Era uma diretoria nova e dificuldade financeira não tinha muito, não. Tínhamos dificuldade para local de treinos, pois ainda não tinha o CT”, lembrou Tim.
Além de Tim, o meia Itaqui e o atacante Leonardo Manzi, eram os outros dois experientes do elenco. Titular na maioria dos jogos, Itaqui, se aposentaria anos depois no Garibaldi, do Rio Grande do Sul, enquanto o atacante Leonardo Manzi, que sempre entrava nos jogos, ainda jogaria mais três temporadas no SV Wilhelmshaven, da Alemanha, para depois deixar os gramados e trabalhar como professor de escolinhas de futebol em Goiânia. “Todo mundo queria alguma coisa dentro do futebol. Mesmo os mais veteranos, como eu, Manzi e o Itaqui, os mais velhos, ainda buscávamos títulos, e isso foi marcante, servindo de exemplo para os mais novos”, completou Tim.
Outros destaques daquele time, o goleiro Michel Alves, ainda voltaria ao Vila Nova em 2011. Também passou por Criciúma, Ceará, Vasco da Gama e CRAC, quando encerrou a carreira em 2018. Atualmente trabalha como gestor de futebol do Guarani. Já o volante Fábio Bahia, assim como Pedro Júnior, segue jogando. Aos 37 anos, defende o São Bento, de Sorocaba. Ídolo da galera colorada, o atacante Wando ainda jogaria mais uns anos pelo Vila. Atualmente, é o técnico do Itupiranga, da primeira divisão de futebol paraense. Quem segue no OBA, mas agora como técnico, é o então zagueiro Higo, que comando do time sub- 23, ficou com o vice-campeonato brasileiro após perder para o Ceará.
Ainda no elenco, alguns jogadores da base colorada tinham espaço com o técnico Edson Gaúcho. O meia Paulo Ramos era um deles. Vendido junto com Pedro Júnior ao Grêmio durante aquele Goianão, voltaria para o OBA anos depois, até ser diagnosticado com um problema cardíaco que o impedia de jogar profissionalmente. Morreu no dia 2 de setembro de 2009, aos 24 anos, quando jogava uma “pelada” com amigos. O zagueiro Vitor “Doido” também era outro da base. Após 2005, foi e voltou algumas vezes para o Vila. Também atuou pelo Fortaleza, Duque de Caxias, Interporto, Confiança e Novo Horizonte. Seu último registro como jogador foi no ano passado, no Costa Rica, do Mato Grosso do Sul. Já o volante Fernando, hoje com 33 anos, dava os primeiros chutes com elenco profissional. Consagrado no futebol europeu com passagens por Porto, Manchester City e Galatasaray, atualmente defende o Sevilla, da Espanha.