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Disputa entre Lula e Bolsonaro não afeta a reeleição de Caiado

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada esta semana sinaliza a disputa polarizada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Palácio do Planalto nas eleições do ano que vem. Mas o cenário mostra que, em relação aos Estados, pouco ou quase nada há de influência na corrida aos governos locais.
Em Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) lidera de forma absoluta a corrida majoritária de 2022, cujo quadro mostra que nem Lula nem Bolsonaro exerceriam qualquer influência no processo estadual em caso de apoio ou oposição ao atual governador ou outro candidato qualquer. Na campanha presidencial predomina o debate em torno de temas nacionais, principalmente a conjuntura econômica e social, como desemprego, desigualdade e melhoria da qualidade. Nessa questão, assuntos inerentes aos Estados ou municípios não são considerados.
Outro dado: Goiás tem baixo índice de eleitores em relação ao conjunto nacional, ou seja, menos de 2%. Por isso, os presidenciáveis não priorizam em suas agendas visitas a Goiânia ou a qualquer cidade do interior. Eles buscam contatos diretos com os eleitores das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.
Uma das regiões em que o PT tem pouca expressão político-eleitoral é o Centro-Oeste, onde predomina o agronegócio. Assim, Lula, por exemplo, prefere peregrinar, nas campanhas eleitorais, pelo Norte e Nordeste, além do Sul e do Sudeste. Desde 1982, quando as eleições voltaram a ser diretas para os governos estaduais, o Partido dos Trabalhadores não consegue deslanchar na disputa pelo Palácio das Esmeraldas. Candidatos petistas, como Athos Magno e Silva, Valdi Camarcio, Luiz Antônio de Carvalho, Marina Sant’Anna, Antônio Gomide e Kátia Maria nunca conseguiram bom desempenho eleitoral.
Em 2022, mais uma vez, o PT deve lançar candidato próprio para governador, formando algum palanque no Estado para Lula, independente de que o presidenciável participará ou não da campanha eleitoral nos municípios goianos. Já na campanha da reeleição, Bolsonaro, a exemplo de 2018, virá a Goiás uma ou no máximo duas vezes, já que a sua atenção estará direcionada para os grandes centros eleitorais. Como Lula não virá ao Estado, Bolsonaro também não se interessará em conversar com o eleitor goiano. Os bolsonaristas goianos tendem a votar em Caiado para o governo estadual nas eleições do ano que vem.

Eleitor goiano: perfil conservador ao votar em eleições presidenciais

A situação nacional sempre esteve desatrelada do quadro político regional ou local. Lula e Dilma Rousseff chegaram, duas vezes cada um, ao Palácio do Planalto e, em Goiás, quem reinou nesse período foi o tucano Marconi Perillo. O eleitor goiano, portanto, não vincula a eleição nacional à estadual.
Mesmo quando conquistou a Presidência da República por duas vezes, Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu votações expressivas em Goiás, região onde predomina o eleitorado conservador. Apoiado pelo PT e demais partidos de esquerda, Lula não avança no Estado e no Centro-Oeste, independente de quem seja o seu adversário.
Jair Bolsonaro “nadou de braçada” nas eleições de 2018, quando o adversário foi o petista Fernando Haddad, apoiado por Lula. Conquistou vitórias em 90% dos municípios goianos. Teve apoio aberto do grande empresariado, além da classe média e dos segmentos evangélicos.
Ronaldo Caiado, que venceu a disputa pelo governo de Goiás no primeiro turno, obteve apoio também dos eleitores que votaram em Jair Bolsonaro, mas não fizeram campanhas casadas. Bolsonaro apareceu rapidamente em Goiânia duas ou três vezes, sem se vincular a Caiado. Lula sabe que o PT não tem expressão eleitoral em Goiás, onde Anápolis – terceiro maior colégio eleitoral do Estado – é exceção. O PT já administrou a cidade com Antônio Gomide (duas vezes) e João Gomes (uma vez).
Em 2020, das 246 prefeituras em disputa, o PT venceu em apenas três cidades. A exemplo de 2018, Ronaldo Caiado vai percorrer o Estado para discutir os assuntos de Goiás, passando à margem do debate presidencial. O governador, que deverá ter o apoio de mais de 15 partidos, vai apresentar ao eleitorado as obras realizadas e projetar novo cenário administrativo por mais quatro anos. (H.L.)

“Não mente, não trai e não rouba”

Bem avaliado pelo eleitorado goiano, conforme registram os institutos de pesquisas, o governador Ronaldo Caiado tem buscado resgatar os compromissos firmados durante a campanha de 2018, principalmente em relação às metas nas áreas de Saúde, Educação, Segurança Pública e Infraestrutura.
Caiado se fortalece ainda mais para as eleições de 2022 com ações direcionadas para o combate à corrupção, citando casos ocorridos no governo anterior em que o dinheiro público foi desviado para atender interesses de empresas, ex-dirigentes e de pessoas que integravam grupos criminosos aboletados na gestão estadual.
Após uma carreira vitoriosa como deputado federal e senador da República, Ronaldo Caiado, que integra uma das mais tradicionais famílias do Estado, tem como principal capital político: a integridade pessoal. “Caiado não mente, não trai e não rouba”, costuma dizer o democrata pelos palanques eleitorais de Goiás.

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