Mendanha abandona a gestão para cuidar da agenda eleitoral
Depois de apenas cinco meses de exercício do 2º mandato, o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB), deixou de lado as suas funções e atribuições administrativas e passou a viajar para o interior do Estado em pleno horário de expediente, se desleixando até do combate à pandemia de Covid-19 para dar atenção integral às articulações visando a uma eleição que só vai ocorrer em outubro do ano que vem.
Nem mesmo os ainda elevados índices de casos e mortes por conta da pandemia de Covid-19 em Aparecida de Goiânia sensibilizam o prefeito, que agora se dedica a visitar os municípios goianos, em dias úteis, para conversar sobre o pleito de 2022 com lideranças do MDB e de outros partidos.
No meio político, causa “espanto” a iniciativa de Gustavo Mendanha de antecipar o debate eleitoral quando se sabe que o foco dos gestores deveria ser a saúde, em busca de soluções para a crise sanitária. A população, segundo analistas políticos, não compreende como um político jovem tenha um comportamento tão inadequado: pensar e agir priorizando eleições e não a administração de sua cidade.
Em janeiro e fevereiro, Mendanha “programou” a atração de prefeitos e ex-prefeitos ao seu gabinete, na Cidade Administrativa, para falar dos “feitos” de sua 1ª gestão na cidade, em um comportamento meramente “eleitoral” e fundado em “factoides” e marketing político de autopromoção. Semana passada, Gustavo Mendanha foi a Brasília conversar com o governador Ibaneis Rocha (MDB) sobre as eleições de 2022 no Entorno do Distrito Federal, admitindo que poderá renunciar ao mandato de prefeito para tentar uma aventura eleitoral.
O emedebista também se reuniu com o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pabio Mossoró (MDB), e com o deputado federal Célio Silveira (PSDB) durante visita à cidade de Luziânia. No cardápio do diálogo, candidaturas majoritárias e proporcionais do MDB e de outras legendas.
Também na semana passada, Mendanha se deslocou até Trindade, em horário de expediente, para uma visita à Câmara Municipal, quando conversou com vereadores de diversos partidos. Mais uma vez defendeu projetos eleitorais para 2022 sem, especificamente, citar nomes e candidaturas.
Gustavo Mendanha também procurou Iris Rezende em seu escritório, em Goiânia, para a abordagem de temas políticos, mas o ex-prefeito, com habilidade, não permitiu que as eleições de 2022 fossem incluídas na conversa. Mendanha saiu frustrado.Presidente estadual do MDB, Daniel Vilela já avisou a Mendanha que só vai discutir escolha de candidatos majoritários (governador e senador) e alianças partidárias a partir de janeiro próximo.
Vilela não vê com “bons olhos” os contatos que Mendanha vem fazendo com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e com o ex-deputado federal e presidente da Federação das Indústrias de Goiás, Sandro Mabel. Decidido a não concorrer ao Palácio das Esmeraldas, Daniel Vilela tem posição contrária à de Gustavo Mendanha, pois quer o MDB em aliança com o DEM em apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Daniel conversou com Iris e ambos estão afinados: debate eleitoral apenas a partir de janeiro, pois o momento é o de combater a Covid-19. Ambos se encontraram no escritório do ex-prefeito em Goiânia. Se depender da orientação de emedebistas experientes, Mendanha vai dar um passo atrás, recuar e deixar os contatos políticos para o momento apropriado, ou seja, o ano das eleições de 2022.