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Marconi e Mabel investem em racha entre Mendanha e Daniel para 2022

O PSDB, sob o comando dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton, apoiados pelo presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, resolveu investir na possibilidade de um racha entre o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, e o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela. O objetivo é levar a ala emedebista que é contra uma aproximação com o governador Ronaldo Caiado a tomar o controle do partido e integrar uma frente de oposição, em 2022, contra a reeleição do governador Ronaldo Caiado.

Marconi e Mabel jogam pesado e vão fazer o possível e o impossível para tentar evitar mais um mandato para o atual governador, que acaba de colher uma vitória maiúscula ao receber do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovação unânime para a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que permitirá reter em caixa, nos próximos 18 meses, cerca de R$ 4 bilhões que seriam destinados ao pagamento das parcelas das dívidas. Melhor ainda: o Estado voltará a ganhar autorização para empréstimos e investimentos em obras físicas e programas sociais.

Ou seja: com perspectivas de céu de brigadeiro para Caiado e consolidação do seu governo como o melhor que já administrou Goiás, sem nenhum desequilíbrio entre receita e despesa, a oposição se enfraquecerá ainda mais. Daí, é hora de espernear.

Marconi e Mabel sabem que, sem o MDB, não existe nenhuma chance para montagem de uma chapa minimamente competitiva para enfrentar a reeleição do governador. Os dois se arrepiam com as notícias de que Daniel Vilela criou canais de diálogo com Caiado e pode levar o partido que comanda para uma aliança em que até mesmo ele poderia figurar como candidato à vice.

O caminho escolhido pela dupla é intrigar e tentar afastar Daniel Vilela de Gustavo Mendanha, dividindo o MDB e abrindo a possibilidade de: 1) levar a legenda inteira para uma aventura eleitoral contra Caiado e 2) pelo menos manter viva a hipótese de uma dissidência, em que, mesmo em caso de composição com o DEM, uma parte dos emedebistas não acompanharia a decisão e faria campanha contra a chapa, a partir do volumoso eleitorado – mais de 300 mil inscritos para votar, hoje –, baseado em Aparecida e “liderado” por Mendanha.

O prefeito aparecidense parece ter gostado da ideia. Estimulado por Marconi e Mabel, passou a procurar lideranças tucanas para conversar e articular as eleições 2022. Em seu gabinete, recebeu o deputado estadual Talles Barreto, líder do PSDB na Assembleia. Logo após, foi para Morrinhos para se reunir com o prefeito Joaquim Guilherme, também do PSDB e preposto de Marconi para a sua microrregião geopolítica. Mendanha deixa claro que não se importa com os desgastes acumulados por Marconi e pelos tucanos em geral e nem com a afirmação de Daniel Vilela de que o MDB é antagônico em relação ao PSDB, com o qual não pretende nenhum tipo de aproximação em Goiás.

Os dois conselheiros nem tão ocultos de Gustavo Mendanha já o convenceram a defender pesquisas para a escolha do melhor nome do MDB para enfrentar Caiado em 2022 – indicando que ele, Mendanha, não considera Daniel Vilela como o representante natural do partido em qualquer eleição ou composição.

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