Aparecida

Ocupação de leitos de UTI em Aparecida cresce na última semana e chega a 50%

A taxa de ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na rede pública para pacientes com Covid-19 cresceu na última semana em Aparecida de Goiânia e atingiu 50% na última quinta-feira, 27, segundo o Painel Covid-19 da prefeitura. Esse número é 18% maior do que o registrado no dia 21, quando os leitos em uso estavam em 32%. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a taxa geral (pública e privada) de ocupação de UTIs em Aparecida está em 57,41%.

Para especialista em saúde, o aumento no número de internações é reflexo da flexibilização das medidas de distanciamento social. “Não é hora para aglomeração. A gente não tem vacina para todo mundo. Se a gente não tiver uma cobertura vacinal, a gente não pode liberar tudo. Precisamos ter restrição. Ainda é um momento de atenção”, afirmou o médico infectologista Marcelo Daher.

De acordo com a SES-GO, a situação do Hospital São Silvestre é ainda pior. Por lá, a ocupação de leitos de UTIs voltados ao tratamento atingiu 100%, enquanto o Hospital Garavelo, 79,55%. Já no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), a ocupação estava em 43,69% até a tarde da última quinta-feira, 27, quando teve a última atualização do balanço.

O aumento das internações nos hospitais é acompanhado do desrespeito às medidas de isolamento social. No último fim de semana, por exemplo, inúmeros flagrantes foram registrados por pessoas que não usavam máscara facial. A prefeitura da cidade multou 186 pessoas pelo não uso de máscara. Os autuados tiveram de pagar R$ 111, cada um, pelo descumprimento da regra.

As notificações de casos diários em Aparecida também crescem vertiginosamente. Desde o dia 21 de maio, esse índice aumentou em 16%, quando havia 150 naquele dia e saltou para 174 até quinta-feira, 27, último balanço divulgado pelo Painel da Covid-19 do município. A ultrapassagem de contaminações diárias acima de 170 casos é algo que preocupa, pois sinaliza a predominância de uma taxa elevada de contágio.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia, até as 17 horas da última quinta-feira, 27, Aparecida possuía 961 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 65.938 casos confirmados, 63.715 estão recuperados e 1.262 vieram a óbito por Covid-19, com quatro mortes confirmadas nas últimas 24 horas. Conforme a pasta, o município realizou 281.740 testes de diagnóstico de Covid-19.

Apesar de o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus classificar o município no cenário verde (baixo risco), quatro bairros estão em cenário vermelho em número de casos confirmados. Segundo dados de quinta-feira, 27, da Prefeitura de Aparecida, o campeão da cidade é o Jardim Buriti Sereno (3.052); em segundo lugar vem o Cidade Vera Cruz (2.711); em terceiro aparece o Jardim Tiradentes (2.142) e em quarto lugar, o Setor Garavelo (1.757). Já no cenário laranja, o Garavelo Residencial Park (1.419) figura em quinto lugar no ranking dos bairros com mais casos confirmados em Aparecida. Em seguida vêm o Parque Veiga Jardim (1.319), Sítios Santa Luzia (1.306), Vila Brasília (1.189), Independência Mansões (1.102) e Colina Azul (1.039).

 

Irredutível
Embora recente estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) preveja aumento de mortes e internações por Covid-19 em Aparecida devido às flexibilizações e baixa cobertura vacinal, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) declarou que, apesar de estar preocupado com o aumento do número de casos da Covid-19, que evidenciam a proximidade de uma terceira onda da infecção, o isolamento social por escalonamento vai continuar no município. Em uma live no Instagram na última quinta-feira, 27, o prefeito comparou a taxa de ocupação de UTIs do município (45%) em relação à Capital (78%) e se manifestou favorável às medidas restritivas que a Prefeitura de Goiânia adotou para combater o avanço da pandemia.

Gustavo disse que vem a público por meio de lives para reafirmar o “compartilhamento de responsabilidade” no momento pandêmico. “Há cerca de dois meses, procurei o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, quando percebemos que a segunda onda estava chegando e ela de fato foi devastadora”, afirmou Gustavo. O político destacou que foi neste período que ele perdeu o pai e muitas outras pessoas tiveram entes queridos que partiram em decorrência da doença.

No vídeo, Gustavo afirma que considera que a Capital já está tomando algumas medidas para tentar conter o avanço da pandemia. O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, anunciou o aumento de medidas restritivas diante da piora do quadro epidemiológico da Capital. “Quem sabe Goiânia não possa adotar o sistema de escalonamento regional, assim como outros municípios do Estado?”, sugeriu Mendanha na live.

O prefeito destacou ainda que o modelo de escalonamento permite previsibilidade, pois é direcionado a partir da análise técnica da matriz de risco da transmissão da doença pelo Comitê de Prevenção de Enfrentamento à Covid-19 de Aparecida (COE). A análise da matriz de risco é baseada em oito indicadores, com destaque para a taxa de ocupação de leitos de UTIs e a taxa de transmissão da infecção no município.

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