Editorial do Diário de Aparecida: Um mau exemplo
É esforço em troca de nada a súbita dedicação do prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, a uma agenda de viagens aos municípios para articular as eleições de 2022 e supostamente tornar o seu nome mais conhecido no Estado.
Mendanha não é uma liderança com repercussão em todo o território goiano. Ao contrário: como prefeito do 2º município mais populoso de Goiás, onde os desafios a vencer são inúmeros e se acumulam sem solução desde o início do seu 1º mandato, em 2017, é muito falado dentro das fronteiras aparecidenses, porém ignorado fora – uma vez que não há nada de extraordinário, em sua modorrenta administração, capaz de despertar a atenção geral da população goiana.
Não existe, ainda, uma marca para identificar a sua passagem pela Cidade Administrativa, pelo menos até agora. Ou uma obra de destaque, como fez Maguito Vilela, ao construir o hospital municipal. Ou mesmo um ritmo espetacular de industrialização, que houve em momentos do passado, mas que atualmente está reduzido a zero. Aliás, a menos do que zero, já que investimentos importantes, como a instalação de uma fábrica do Guaraná Mineiro, foram cancelados com Mendanha dirigindo a prefeitura.
Viajar para fora da cidade para gastar um precioso tempo que deveria ser usado para buscar soluções para Aparecida é uma inconsequência e uma irresponsabilidade, ainda mais em horário de expediente como faz o prefeito – ele, que é o funcionário público número um do município, deveria ter um desempenho capaz de inspirar e não desestimular toda a equipe de servidores municipais.
Na política, arrombar portas nunca dá bons resultados. O processo de reconhecimento de um líder pelo povo de um Estado deve ser natural, não forçado, e decorrer da sua atuação a favor do bem público. Sim, o sr. Mendanha é uma “unanimidade” em Aparecida, porém fabricada à custa do marketing e da cooptação da classe política através da folha de pagamento. E isso é um mau exemplo para Goiás.