Aparecida

Resultado da parceria entre Prefeitura de Aparecida e o Hospital Sírio-Libanês nunca foi apresentado

Com orçamento inicial de R$ 693 mil e previsão de duração de 1 ano, o resultado da parceria entre a Prefeitura de Aparecida de Goiânia e Hospital Sírio-Libanês (HSL), de São Paulo, ainda não foi apresentado. O convênio, firmado no dia 11 de julho de 2019, previa a implantação de uma Gestão por Resultados na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município, que também abrangeria o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). Na época, o CEO do HSL, o médico Paulo ChapChap, destacou que o objetivo dessa cooperação seria para “entrar em um ciclo de melhorias contínuas”.

Naquela data, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) declarou que a ação visava a qualificação profissional dos colaboradores. De acordo com o gestor, a equipe do Sírio-Libanês já desenvolvia esse trabalho oito meses antes de julho de 2019 e o acordo era um dos projetos. “Queremos elevar a saúde pública municipal ao nível da privada que temos no País”, disse. Porém, casos recentes de atrasos de salários dos colaboradores do HMAP vieram à tona na imprensa local.

No início do mês passado, 30 servidores do HMAP, unidade gerida pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), denunciaram que estavam sem receber os vencimentos integrais desde fevereiro. Os profissionais disseram que haviam procurado a empresa responsável por pagar os salários, que informou não ter recebido o repasse da OS responsável para fazer o pagamento.

Na época, uma das médicas que sofreram com o atraso do salário disse que eles eram contratados da empresa médica Mediall, que, por sua vez, possuía um contrato com o IBGH para gerir uma parte do HMAP. Essa empresa teve o contrato com a OS encerrado no mês passado, sendo substituída por outra. No entanto, deixou para trás os salários atrasados. Segundo a profissional, a cobrança à empresa era constante, mas a resposta seria sempre a mesma: o IBGH não fez o repasse para a Mediall.

Na edição do Diário de Aparecida publicada no dia 3 de maio, o IBGH enviou uma nota explicando que, em relação à Mediall, o instituto estava com uma parcela em atraso, referente ao mês de março, e uma outra referente a abril, vencida no dia 25 desse mês, um domingo, e que havia recursos em caixa para a quitação desse débito.

De acordo com o IBGH, a Mediall Brasil não é OS, mas empresa S/A. “Esse débito se encontra em aberto devido à auditoria que está sendo feita para apurar divergências entre a informação de plantões e serviços prestados e os apontamentos em poder da diretoria. Essa auditoria está pendente de documentos a serem apresentados pela empresa para finalização do levantamento e a quitação da dívida. Todavia, todos os médicos que atendem no contrato da Mediall Brasil são sócios dessa empresa, que, para cada contrato, cria uma nova Sociedade Anônima, não havendo que se falar em salários desses profissionais ligados a ela”, escreveu a direção por nota.

O IBGH tranquilizou os prestadores de serviço e garantiu que honraria com as suas obrigações. “O IBGH garante aos profissionais que honrará com suas obrigações e que eles podem ter a certeza de que não ficarão em prejuízo, até porque sempre foram tratados com respeito profissional e responsabilidade gerencial.”

O DA entrou em contato por e-mail, ontem, 1º, com as assessorias de imprensa da Prefeitura de Aparecida de Goiânia e do Hospital Sírio-Libanês para que elas apresentem o balanço das ações desenvolvidas através do convênio firmado em julho de 2019, porém, até o fechamento desta edição, ambas as assessorias não haviam respondido às mensagens via cartão-postal digital.

Metas muito ambiciosas

O convênio previa, dentre outras iniciativas, o apoio do HSL na implantação de um projeto inovador focado no modelo de gestão por resultado, atuando nos processos gerenciais administrativos e assistenciais da SMS, com acompanhamento, monitoramento e qualificação dos trabalhos desenvolvidos pelos profissionais da rede. Os resultados apresentados pelas unidades de Saúde e departamentos seriam discutidos mensalmente com o comitê de acompanhamento com foco no desenvolvimento de pensamento crítico para tomada de decisões de forma estratégica.

“Vamos esmiuçar pontos fortes e onde devemos melhorar com soluções eficazes e ágeis. Tudo com rigor técnico-científico, preparando nossos trabalhadores para um salto de qualidade em todos os níveis. O universo da Saúde requer estudo constante e capacidade de adaptação às novas tecnologias, mas sem perder de vista a imensa responsabilidade de salvar vidas com um acolhimento digno em unidades bem estruturadas e com profissionais altamente treinados”, enfatizou o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.

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