Aparecida

Número de mortes por Covid-19 em Aparecida este ano é quase 25% maior que em 2020

Entre 1º de janeiro e 12 de junho de 2021, 733 aparecidenses morreram por Covid-19. Esse cálculo é 24,23% maior em comparação a 2020, quando foram registrados 590 óbitos em decorrência da doença no período de oito meses. O primeiro caso de óbito no município ocorreu em abril do ano passado. Dado do último sábado, 12, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia aponta que, desde o início da doença, 1.323 pessoas da cidade morreram por conta do vírus. Apesar de o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 classificar o município no cenário verde (risco baixo), Aparecida permanece em situação de calamidade no mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A Capital está em situação crítica.

De acordo com o Painel Covid-19 divulgado no sábado, 12, o município possuía 829 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 68.356 casos confirmados, 66.204 estão recuperados. No momento, a taxa de ocupação de leitos de UTI’s para tratamento da Covid-19 na rede pública de saúde está em 57% e as enfermarias têm ocupação de 72%. Já a taxa geral (rede pública e privada) de ocupação de UTI’s está em 63,19%. De acordo com a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia, até as 17h do último sábado, 12, o município realizou 297.922 testes de diagnóstico de Covid-19. A Secretaria de Saúde de Aparecida informa que em 24 horas foram confirmados 152 novos casos na cidade.

Embora o município se encontre em cenário verde, quatro bairros estão na fase vermelha e oito, na laranja em casos de Covid-19. O Jardim Buriti Sereno, o campeão, tem 3.163 casos. O segundo lugar é o Cidade Vera Cruz, com 2.784.

Em terceiro lugar está o Jardim Tiradentes (2.226) e em seguida aparece o Setor Garavelo (1.812). No cenário laranja figuram o Garavelo Residencial Park (1.471), Parque Veiga Jardim (1.362), Sítios Santa Luzia (1.336), Vila Brasília (1.224), Independência Mansões (1.159), Colina Azul (1.125), Jardim Olímpico (1.051) e o Jardim Tropical (1.007).

Confirmação
O aumento de casos, mortes e internações por Covid-19 em Aparecida é a confirmação de um recente estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo pesquisa divulgada no fim de maio, o município tem alta tendência de aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) em curto ou longo prazo. O levantamento da Fiocruz leva em conta que Goiás está entre as 17 unidades da Federação com pelo menos uma Macrorregião de Saúde que mais está em estado crítico no controle da pandemia. Segundo a pesquisa, a Macrorregião do Estado com alto aumento de tendência do Srag é a Centro-Sudoeste, que inclui as regiões da Estrada de Ferro, polo Catalão; Centro-Sul, polo Aparecida; e Sul, polo Itumbiara. As regiões estão em situação crítica no mapa de risco da SES-GO.

O cientista de dados e coordenador na Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt, aponta para o que chama de reversão de tendência de queda em Goiás e no Brasil. “A gente teve esse pico forte ali atrás [março], a gente conseguiu reverter com as medidas de restrição de mobilidade. Começou a cair, só que essa velocidade de queda começou a desacelerar, começou a cair cada vez mais devagar, até que começou a desacelerar, começou a cair cada vez mais devagar, até que começou a estabilizar e agora já está revertendo. Ou seja, já está querendo virar aumento de novo”, explicou o pesquisador a O Popular.

Outro fator que Schrastzhaupt atribui para o aumento de casos de Covid-19 é a baixa cobertura vacinal no País, o que inclui o Estado. Ele lembra que, para ser efetiva, a vacinação deve ser coletiva. Para ilustrar o caso, o pesquisador cita o processo de imunização como um jogo de futebol. A vacina seria um ótimo goleiro, que segura quase todas as bolas, as quais seriam a doença. Contudo, quando poucas pessoas são vacinadas, os que estão imunizados podem receber uma grande pressão, com mais ‘bolas’ tentando entrar e talvez com jogadores melhores, o que seriam as novas variantes agressivas. Em Aparecida, segundo município mais populoso do Estado, apenas 7,15% da população geral recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19, com 42.196 doses aplicadas.

O cientista ressalta que, sem vacinação em massa, a solução para evitar mais mortes são medidas restritivas, evitando que as pessoas tenham contato umas com as outras. Ele defende que isso deve ser como prevenção, antes do aumento descontrolado de casos. Porém, de acordo com Issac Schrastzhaupt, as medidas restritivas no Brasil têm sido de forma reativa, após a doença ter se espalhado muito. “Quanto antes fizer isso, menos mortes você verá agora”, pontua.

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