Editorial do Diário de Aparecida: Marketing da vacina
A Prefeitura de Aparecida gasta o precioso dinheiro dos contribuintes em campanhas publicitárias para ressaltar que o município estaria supostamente à frente de outros do Estado de Goiás no processo de vacinação da população contra a Covid-19.
Ressalte-se que não é verdade. Aparecida, infelizmente, é uma das grandes cidades goianas onde a imunização anticoronavírus está mais atrasada, com uma cobertura baixíssima em relação à aplicação da 2ª dose, conforme repetidas reportagens do Diário de Aparecida, inclusive na presente edição. Mas o pior é o desperdício de recursos para fazer o chamado e nocivo “marketing da vacina”, para promover a gestão de Gustavo Mendanha, em detrimento das ações que verdadeiramente poderiam oferecer alguma contribuição contra o avanço da doença, em especial com anúncios educativos e não políticos.
É um erro grave a concepção da luta contra a Covid-19 como uma competição entre os poderes públicos, buscando-se vender a imagem de que este ou aquele estaria à frente das ações de prevenção ou de combate direto a essa verdadeira praga dos tempos modernos. No caso da Prefeitura de Aparecida, mais uma vez, apenas se confirma que tudo é feito com vistas a faturar dividendos pessoais para o prefeito e não em benefício do conjunto da sociedade, lamentavelmente.
Apaixonado por uma boa propaganda e pelo exibicionismo nas redes sociais, muito aquém das suas obrigações institucionais como autoridade maior do 2º município mais populoso do Estado, o prefeito Gustavo Mendanha inventou o “marketing hospitalar” – que consistiu em aproveitar suas internações e de parentes para postar fotos, vídeos e comentários sobre a estada em estabelecimentos médicos, prática, aliás, que se voltou contra a sua pessoa quando fotos do seu pai, Léo Mendanha, acamado e sob tratamento intensivo, divulgadas por ele mesmo, Gustavo, foram insidiosamente exploradas nos perfis que reúnem o deboche com a inconsequência. Agora, irresponsavelmente, mergulha Aparecida no descaminho da publicidade financiada pelos cofres públicos para mostrar uma falsa realidade e afrontar o bom senso geral.