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Mendanha e Daniel Vilela travam “guerra fria” pelo futuro do MDB

O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, trava no momento uma “guerra fria” com o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, aparentemente em razão da sua preferência por uma candidatura própria do partido para enfrentar a reeleição do governador Ronaldo Caiado em 2022, enquanto o filho e herdeiro político de Maguito Vilela evita se posicionar a respeito, não desmente o interesse em uma aliança com Caiado e adia qualquer articulação eleitoral para o ano que vem.

Mais: Daniel repete publicamente que considera “precipitada” qualquer tentativa de definição sobre a participação do MDB no pleito de 2022 – exatamente o que Mendanha vem ostensivamente fazendo, ao visitar municípios e lideranças para defender a tese da candidatura própria e de oposição ao projeto de reeleição do atual governador.

Oficialmente, os dois seguem como “irmãos”, conforme as declarações periódicas do prefeito de Aparecida (a última foi na quarta-feira passada, 16), quando reafirma a sua “lealdade” a Daniel Vilela e diz que dará a ele o seu apoio incondicional em qualquer circunstância da vida política estadual.

São só palavras da boca para fora, no entanto. A cruzada de Mendanha a favor da candidatura própria em 2022 atinge Daniel no peito e enfraquece a sua liderança dentro do MDB, tal como ocorreu com o lançamento da chapa do deputado Paulo Cezar Martins para disputar o comando do diretório do partido, batizada com um mote provocativo: “Candidatura Própria do MDB”.

Mendanha não deu apoio, pelo menos via imprensa ou por meio do que mais gosta, ou seja, a comunicação através das redes sociais, à chapa de Paulo Cezar Martins, mas é evidente que a sua “pregação” pelo distanciamento entre o MDB e Caiado está na origem do movimento lançado pelo deputado para destituir Daniel Vilela da presidência do diretório. No final, não aconteceu nada, já que a chapa “Candidatura Própria do MDB” foi indeferida, recorreu à Justiça e criou um imbróglio que não tem efeito nenhum e não afeta a permanência de Daniel na direção do partido por, no mínimo, mais um ano (o seu mandato vence no ano que vem, a convenção para escolher um novo presidente seria apenas uma antecipação).

É por isso – ou seja, constatando que as ações de Gustavo Mendanha se contrapõem fortemente a Daniel Vilela – que a coluna Giro, de O Popular, registrou no sábado, 19: “Tem emedebista que enxerga uma ‘guerra fria’ entre Gustavo Mendanha e o amigo Daniel Vilela. Os dois defendem teses diferentes sobre 2022, mas evitam confronto.” A nota repete, no título, a expressão “Guerra Fria”, alusão ao confronto não armado entre Estados Unidos e a União Soviética, no período do pós-guerra de 45 até o fim do império russo em 1991, marcado por um estado de tensão permanente, mas sem nunca ir às vias de fato.

 

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