Aparecida

Mendanha se junta a Paulo Cezar na oposição interna a Daniel Vilela

O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, e o deputado estadual Paulo Cezar Martins, ambos do MDB, promoveram uma reunião em Pontalina para convencer o prefeito local, Edson Guimarães, que também é do partido, a apoiar a tese de lançamento de candidatura própria em 2022.

Mendanha e Paulo Cezar são os principais opositores à tese de aliança com o DEM para apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado, hoje encampada pelo presidente estadual da legenda, Daniel Vilela, e pela principal liderança emedebista de Goiás, o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende.

O encontro em Pontalina, documentado com fotos, é mais uma confirmação de que Gustavo Mendanha, embora repita diariamente ser “irmão” de Daniel Vilela e prestar a ele a máxima “lealdade” possível, na verdade conspira nos bastidores contra o atual presidente estadual da sigla.

O prefeito Edson Guimarães, em postagem nas redes sociais, confirmou que a visita de Mendanha e de Paulo Cezar teve a finalidade de discutir “a importância para o MDB se fortalecer, formando uma chapa própria para disputar as eleições de 2022 em Goiás”.

O prefeito de Aparecida está desenvolvendo uma agenda de viagens aos municípios exatamente para defender o lançamento de um candidato emedebista ao Palácio das Esmeraldas, mesmo a mais de ano e meio das eleições e colocando em risco o seu relacionamento com o presidente estadual do partido, Daniel Vilela, e com o ex-prefeito Iris Rezende.

Daniel considera “precipitada”, conforme tem repetido, qualquer articulação, agora, com vistas a definições que têm a ver com o pleito do ano que vem. Já Iris é abertamente a favor de uma composição com o DEM para apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado em troca de uma vaga na chapa majoritária, o que permitiria ao MDB recompor suas forças e retomar a perspectiva de poder, no caso, para 206.

Mesmo assim, Mendanha passou a argumentar publicamente a favor da candidatura própria, antecipando, inclusive, que em hipótese alguma dará apoio à reeleição de Caiado – o que indica que ele pretende abrir uma dissidência dentro do emedebismo caso a decisão final seja pela aliança com o atual governador. Se Daniel Vilela estiver na chapa da reeleição, o “irmão” e “leal” Mendanha, portanto, vai ficar contra.

O prefeito de Aparecida, como se sabe, é movido por sentimentos pouco nobres, ao guardar forte ressentimento pelo apoio que Caiado deu a Márcia Caldas, do Avante, na disputa pela Prefeitura de Aparecida em 2020, quando ele foi reeleito. A partir daí, ele passou a alimentar uma obsessão de “vingança” e não esconde que pretende fazer o possível para atrapalhar a prorrogação do mandato do atual inquilino do Palácio das Esmeraldas por mais quatro anos.

O encontro em Pontalina mostra que Mendanha se aliou a Paulo Cezar Martins na contestação interna a Daniel Vilela e Iris Rezende e na tentativa de levar o MDB para a oposição a Caiado no pleito do ano que vem. Na ocasião, foram feitas críticas pesadas à condução atual do partido em Goiás. Segundo Paulo Cezar, só existem diretórios em 31 municípios. “Pontalina mesmo é um exemplo”, disse. Mendanha baixou a cabeça.

Prefeito se alinhou com a “vanguarda do atraso”

“O que se percebe é que, enquanto o governador Ronaldo Caiado trabalha para agregar sua base política, incorporando outros aliados, como possivelmente Daniel Vilela, o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, age para desagregar sua própria base política e se alia com a chamada ‘vanguarda do atraso’ de Goiás. Seu lema deveria ser: Gustavo Mendanha – o primeiro a chegar atrasado”, afirma o Jornal Opção no último fim de semana, ao analisar a aproximação de Mendanha com políticos como os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton, do PSDB, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, e o deputado estadual Paulo Cezar Martins, do MDB.

O jornal avalia que “o fato de tentar atropelar o presidente do MDB, Daniel Vilela, também é malvisto pelas lideranças políticas estaduais, sobretudo as do próprio MDB”. A reportagem ouviu lideranças emedebistas. Uma delas afirmou: “Gustavo prova que não respeita fila e mal esperou Maguito Vilela morrer para começar a ‘trair’ Daniel Vilela com os maiores adversários do MDB em Goiás – Marconi Perillo e José Eliton.”

O texto lembra as declarações do novo assessor político de Mendanha, o presidente do diretório metropolitano do MDB, Carlos Júnior, que há poucos dias fez críticas ao ex-prefeito Iris Rezende por defender uma aliança com o governador Ronaldo Caiado. “Ao mesmo tempo em que se aproxima de Marconi Perillo e Sandro Mabel, Gustavo põe um auxiliar para atacar Iris Rezende, a liderança política de maior expressão na história do MDB em Goiás”, disse um parlamentar. Uma pesquisa qualitativa, revela o Jornal Opção, mostrou que o “ataque” de Mendanha a Iris Rezende desagradou profundamente o eleitorado de Goiânia.

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