Escalonamento por macrorregião prejudica a economia e não impede aumento de casos
Apesar dos números, a Prefeitura de Aparecida insiste em destacar que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o aumento das mortes diárias na cidade. Imagens chocantes mostradas em edições passadas do Diário de Aparecida nos cemitérios locais exibem sequência de valas abertas para receber caixões: em dezembro eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia, além do crescente número em junho. De acordo com a prefeitura, 1.379 aparecidenses morreram em decorrência do vírus.
Um dos fatos polêmicos com relação às falhas do isolamento social em Aparecida é que os motéis foram autorizados a funcionar pela prefeitura. E ainda as feiras livres, como a do Setor Garavelo, também autorizadas pela prefeitura, acabaram virando cenário de aglomerações, uma situação de risco, já que o índice de ocupação de UTIs na cidade ainda é alto.
“A ideia de zoneamento é um pouco ingênua, mas atende aos comerciantes. Não leva em consideração que o vírus circula e as pessoas andam, pegam ônibus e visitam outros lugares”, disse, em entrevista ao Diário da Manhã, o biólogo Matheus Santos, especialista em Genética pela Universidade Federal de Goiás.
“Marketing da vacina”
Embora a prefeitura gaste o dinheiro dos contribuintes em campanhas publicitárias para ressaltar que o município estaria supostamente à frente de outros do Estado de Goiás no processo de vacinação da população contra a Covid-19, Aparecida é uma das grandes cidades goianas onde a imunização está mais atrasada, com baixa cobertura em relação à aplicação da 2ª dose. O prefeito Gustavo Mendanha (MDB) desperdiça recursos municipais para fazer o chamado “marketing da vacina”, em detrimento das ações que verdadeiramente poderiam oferecer alguma contribuição contra o avanço da doença, em especial com anúncios educativos e não políticos.
Baseado no Painel da Covid-19 de Aparecida da terça-feira passada, 22, que foi o último registro, apenas 7,44% da população geral aparecidense recebeu a segunda dose, com 43.938 aplicações. A média de aplicação das vacinas no município fica abaixo de Goiás (9,79%), com 697.037 pessoas vacinadas, de acordo com dados da última quinta-feira, 24, da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), e do Brasil (11,79%), com 24.968.144 aplicações, conforme informações também de quinta-feira, 24, do consórcio de veículos de imprensa. (E.M.)