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Fraude no Futebol: presidente do Vila Nova acredita que operação pode ampliar fiscalização

Em entrevista exclusiva ao Diário de Aparecida, Hugo Bravo explica que os clubes são as vítimas no contexto das fraudes, assim como as casas de apostas

Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, foi um dos grandes responsáveis pela existência da “Operação Penalidade Máxima”, operação que investiga as fraudes dos clubes de futebol com apostas esportivas.

Em novembro do ano passado, ele fez as primeiras denúncias de tentativa de manipulação de resultados na Série B, que geraram a investigação pelo Ministério Público de Goiás.

Em coletiva de imprensa, realizada em fevereiro deste ano, ele também havia denunciado o envolvimento do jogador Romário, ex-volante do clube, no esquema de apostas.

A operação “Penalidade Máxima”, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro tem o Vila como principal denunciante, pois foi quem apresentou ao MP-GO as primeiras provas.

Em entrevista exclusiva ao Diário de Aparecida, Hugo contou que os clubes são as verdadeiras vítimas no contexto das fraudes, assim como as casas de apostas. Ele espera que a fiscalização dessas questões seja tratada como uma política de estado.

Quando o senhor fez a denúncia, imaginava que fosse algo tão grande?
Quando fizemos a denúncia, já sabíamos que era algo muito grave, pois envolvia não apenas jogadores do Vila Nova, mas também da equipe do Sampaio Corrêa. Tínhamos noção da gravidade, mas confesso que a magnitude não me surpreendeu. No entanto, não esperávamos que o problema se tornasse tão extenso.

O senhor acha que isso vai mudar a realidade do campeonato? Há possibilidade dos jogos serem cancelados?
Não há possibilidade de os jogos serem cancelados. Mesmo que o clube tenha feito uma má escolha de jogador ou não tenha supervisionado adequadamente seus atletas, não se pode cancelar um jogo por isso. No entanto, certamente essa situação levará a uma mudança de postura em relação aos envolvidos e talvez alguns fiquem impunes, enquanto outros possam ser punidos.

O senhor acha que isso vai moralizar?
Eu acredito que servirá como exemplo. A situação estava se tornando grandiosa e acredito que isso trará uma contenção. Afinal, quando há repressão a ações criminosas, ocorre uma moralização gradual.

O que o senhor espera com essa investigação?
Espero que essa operação consiga frear essas atividades fraudulentas e que haja punições exemplares. A Globo não tem nenhuma responsabilidade nisso.

Os clubes têm alguma responsabilidade nessa situação?
Os clubes são vítimas nesse contexto, assim como as casas de apostas. No entanto, é responsabilidade dos órgãos de fiscalização serem mais proativos e atentos a essas questões.

O senhor tem alguma proposta para melhorar a fiscalização nesse sentido?
Minha proposta é que a fiscalização dessas questões seja tratada como uma política de estado. Considerando que o futebol movimenta bilhões na economia brasileira e mundial, é essencial que haja uma abordagem governamental para antecipar e fiscalizar atividades suspeitas. Não devemos depender exclusivamente dos clubes para denunciar, é necessário um sistema mais abrangente e eficiente.

 

Leia a versão impressa do Diário de Aparecida desta segunda-feira (15)

 

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