Brasil

Editorial do Diário de Aparecida: Vacinas vencidas

Um levantamento baseado no cruzamento de dados oficiais do governo federal aponta que ao menos 26 mil pessoas podem ter recebido doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a Covid-19. Os dados indicam que o problema ocorreu com doses de oito lotes da vacina. De acordo com o levantamento, foram aplicadas 25.935 doses fora do prazo em pelo menos 1.532 cidades. A AstraZeneca é o imunizante mais utilizado neste ano no Brasil e representa 57% das doses aplicadas.

Há, ainda, 114 mil doses desta vacina que venceram, mas ainda não se sabe se foram descartadas ou seguem sendo utilizadas. Apesar do alerta de descaso, um infectologista garantiu ao Diário de Aparecida que não há motivos para a população entrar em pânico com a notícia da aplicação de doses vencidas da vacina Astrazeneca. E que os vacinados não correm riscos de desenvolver problemas de saúde. “É muito improvável que tenha qualquer risco”, afirmou o especialista.

O que o médico nos explicou é que na verdade, o prazo de validade que é estabelecido para esse tipo de produto costuma considerar um período de segurança bastante grande. E que o imunizante duraria muito mais do que está escrito lá. Porém, fora dos aspectos de saúde e sanitários, é preciso levar em consideração a responsabilidade dos gestores [das três esferas] e de seus secretários no controle da aplicação das doses.

É perceptível que a vacinação se tornou uma disputa politizada e polarizada entre prefeitos e governadores e, que nesse frenesi de que vacina um maior percentual da população primeiro, informações importantes podem ser ignoradas em todo o processo para dar celeridade à imunização. Porém, não se pode esquecer que, neste caso, o Poder Público está lidando diretamente com vidas e a possibilidade de salvá-las. Além é claro, de retirar, de fato, a sobrecarga nos índices de ocupação de leitos e propiciar a retomada econômica em um menor espaço de tempo.

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