No ritmo em que perde popularidade, Bolsonaro não vai nem para o 2º turno
Uma nova pesquisa do credenciado instituto Datafolha, da Folha de S. Paulo, maior jornal do país, mostrou que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro já derreteu: aumentou, em nível recorde, a rejeição ao chefe do Executivo federal, com 51% das brasileiras e dos brasileiros classificando o seu governo como ruim ou péssimo.
Não existe milagre capaz de superar esse desgaste, pelo menos daqui até a eleição de 2022, e pior ainda com Bolsonaro cometendo erros em cascata. Além da baixa aprovação, a pesquisa” mostra que a maioria dos entrevistados considera o presidente “despreparado”, “incompetente”, “desonesto”, “pouco inteligente”, “falso”, “indeciso” e “autoritário”.
Mais ainda: 55% dizem nunca confiar nas declarações do presidente e 70% acreditam que há corrupção no atual governo. Curiosamente, Goiás está entre as poucas regiões do país que ainda acreditam em Bolsonaro: aqui, a rejeição dele não passa de 31%.
Segundo o colunista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, “um governante que estivesse empenhado em melhorar a própria imagem teria dificuldades para estancar um desgaste tão forte. Um presidente como Bolsonaro, que fez opção preferencial pelo erro, dá à corrosão detectada pelo Datafolha a aparência de um fenômeno irreversível. Político que arranca a máscara do rosto de criança em plena pandemia deixa-se infectar pelo vírus da insanidade”.
Josias de Souza conclui: “A ficha de Bolsonaro demora a cair. Mantém ativa a fábrica de crises do Planalto. Comporta-se como o sujeito que salta do décimo andar e, ao passar pelo sétimo pavimento, suspira: “Até aqui, tudo bem”. Bolsonaro é um mito dos pés de barro. Ou inteiramente de barro.