Aparecida

Editorial do Diário de Aparecida: O “judas” do MDB

Um político só se inscreve na história se mostrar grandeza, vinculação aos grandes e principais interesses da sociedade e, sobretudo, lealdade a princípios e valores – como a honestidade e a intransigência com a corrupção.

É isso que deveria nortear o comportamento do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, um jovem inexperiente e imaturo que imagina ter se transformado em um líder estadual, a tal ponto que governar um município, ainda que o 2º mais populoso de Goiás, seria pouco para atender a sua vaidade e as suas ambições pessoais.

Mendanha abandonou Aparecida. Quando está no seu gabinete, recebe lideranças de outras cidades; quando não está, viaja pelo interior, mesmo em horário de expediente, igualmente para se reunir com políticos de baixa expressão, a maioria do PSDB, atrás do que chama de “articular” as eleições de 2022. Em resumo, não cuida da gestão para a qual foi eleito, hoje entregue ao seu secretariado, maciçamente formado através de acordos políticos e com poucas expressões técnicas.

Até mesmo os cuidados com o enfrentamento à Covid-19 estão esquecidos pelo prefeito, totalmente consumido pela febre terçã do narcisismo e da soberba, ao acreditar, por exemplo, que é muito maior que o presidente estadual do seu partido, o MDB, Daniel Vilela. Mendanha acha que, entre os emedebistas, ele vem em 1º lugar, à frente do filho e herdeiro político de Maguito Vilela, em relação a quem está se comportando como um verdadeiro “Judas” ao atuar contra a aproximação da legenda com o governador Ronaldo Caiado – que tem a aprovação da maioria esmagadora da sigla.

Enquanto chama publicamente Daniel Vilela de “irmão” e repete juras de “lealdade”, Mendanha age em sentido contrário, sabotando os esforços do presidente estadual pela união do MDB em torno do que é melhor para o futuro, qual seja o consenso em torno da reeleição de Caiado com a figuração de Daniel na chapa DEM-MDB como candidato a vice e projetando, a partir daí, assumir o governo em 2026 e candidatar-se à reeleição, reconduzindo o partido ao poder depois de 20 anos de derrotas consecutivas. Não é o que Mendanha quer. Ele levantou o punhal. As costas de Daniel estão à sua frente. Vai ter coragem de efetivar o golpe?

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