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Partidos oposicionistas não se entendem para se alinhar contra reeleição de Caiado

A proposta, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de formação de uma frente de oposição para enfrentar o governador Ronaldo Caiado (DEM) nas eleições de 2022, mais divide do que une, diante das divergências históricas entre PT, PSDB, PSD, PSB, PSL, Patriota e MDB.

Em entrevista à Rádio Difusora, terça-feira, 27, Lula disse que o PT ainda trabalha para definir como se posicionará na eleição estadual de 2022, mas que algo é certo: “Caiado é o adversário principal”. Segundo o velho petista, o objetivo do PT em Goiás é tentar juntar as forças possíveis, de esquerda e de centro, para disputar as eleições contra o governador. O PT não consegue, desde 1982, lançar um candidato a governador com chances reais de vencer a disputa ao Palácio das Esmeraldas. Para 2022, os petistas não tem nome competitivo à sucessão estadual.

À exceção do ex-governador José Eliton, presidente do PSDB de Goiás e do deputado federal Elias Vaz, presidente estadual do PSB, nenhum outro dirigente partidário ou liderança expressiva da oposição saiu em defesa da proposta apresentada por Lula, de formação de uma frente de oposição a Caiado.

“Eu defendo essa tese (união PSDB/PT) há muito tempo. Devemos ter a capacidade de dialogar com todas as forças políticas. Acho que o PT é um partido que tem pessoas importantes em Goiás, e é preciso ter condição de dialogar, o que não é necessariamente uma aliança”, afirmou José Eliton, em entrevista a O Popular, após acrescentar que apoiará Lula caso o segundo turno em 2022 seja entre Lula e Bolsonaro. No dia seguinte, foi desautorizado pelo maior nome tucano de Goiás, Marconi Perillo.

As divergências entre PT e partidos considerados de centro e de direita em Goiás são antigas e profundas, o que praticamente inviabiliza a sugestão do ex-presidente Lula. Para a presidente do PT no Estado, Kátia Maria, ainda é cedo para levar a sério a proposta feita, por exemplo, pelo deputado federal Elias Vaz, presidente do PSB de Goiás, de lançamento da candidatura do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (MDB) por uma frente de oposição.

“Mendanha precisa se desincompatibilizar da prefeitura de Aparecida de Goiânia e mudar de partido.

Então, acho que qualquer discussão nesse sentido acaba sendo mais especulação, por enquanto”, afirmou Kátia Maria a O Popular. Kátia Maria ressalta que, apesar de o PT priorizar a candidatura própria a governador, em 2022, interessa ao partido o diálogo com outras lideranças políticas no Estado. “O objetivo do PT, hoje, em Goiás, é construir um palanque forte para Lula, que já é pré-candidato a presidente da República.”

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