Colaboradores do HMAP sofrem com atrasos salariais e sobrecarga de trabalho
Vale lembrar que a grande vitrine apresentada pela atual administração como exemplo para o resto do Estado, o hospital municipal, foi erigido por Maguito, que mostrou ser um visionário como gestor público e reafirmou, mais uma vez, a sua conhecida dedicação à busca de solução para as questões sociais que oprimem as classes desprivilegiadas, em especial quanto à saúde. O que Mendanha fez foi permitir que o HMAP mergulhasse em uma crise com repetidas manifestações de desorganização, tendo até sido transformado em alvo de uma operação policial.
No início de maio, o DA publicou que os colaboradores da unidade hospitalar ficaram três meses com salários atrasados. De acordo com eles, o problema afetou cerca de 30 profissionais da unidade, que é gerida pela Organização Social (OS) Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH). Os profissionais disseram que procuraram a empresa responsável por pagar os salários, a qual informou não ter recebido o repasse da OS responsável para fazer o pagamento.
Uma das médicas que sofreram com o atraso do salário por três meses disse que eles eram contratados da empresa médica Mediall, que, por sua vez, possuía um contrato com o IBGH para gerir uma parte do HMAP. Essa empresa teve o contrato com a OS encerrado no mês de maio, sendo substituída por outra. No entanto, deixou para trás os salários atrasados.
Segundo a profissional, a cobrança à empresa foi constante, mas a resposta seria sempre a mesma: o IBGH não fez o repasse para a Mediall. “O mais frustrante é ouvir o responsável pelo pagamento dizer que fomos os sorteados da vez a não receber. A gente não trabalha esperando sorteio para ser pagos”, disse.
À época, O Diário de Aparecida entrou em contato com a assessoria de imprensa do IBGH e, em relação à Mediall, o instituto explicou, por nota, que está com uma parcela em atraso, referente ao mês de março, e uma outra referente a abril, vencida no último dia 25, domingo, e que há recursos em caixa para a quitação desse débito.
De acordo com o IBGH, a Mediall Brasil não é OS, mas empresa S/A. “Esse débito se encontra em aberto devido a auditoria que está sendo feita para apurar divergências entre a informação de plantões e serviços prestados e os apontamentos em poder da diretoria. Essa auditoria está pendente de documentos a serem apresentados pela empresa para finalização do levantamento e a quitação da dívida. Todavia, todos os médicos que atendem no contrato da Mediall Brasil são sócios dessa empresa, que, para cada contrato, cria uma nova Sociedade Anônima, não havendo que se falar em salários desses profissionais ligados a ela”, escreveu a direção por nota.
Ainda à época, a direção do IBGH alegou que impasse gerado pela insistência dos antigos dirigentes impediu os funcionários de receberem seus vencimentos atrasados. Fornecedores e prestadores de serviço também ficaram prejudicados e ameaçavam paralisar os serviços de enfrentamento à Covid que o HMAP tem. “Para evitar danos irreversíveis”, frisou a desembargadora, “determino que a administração eleita na assembleia do dia 30/04/2021 assuma todo o poder de gestão do IBGH para dar tranquilidade a trabalhadores e à comunidade que precisa dos serviços prestados no HMAP.” (E.M.)