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“Mendanha cooptou políticos e opositores em troca de cargos”

O secretário estadual de Governo, Ernesto Roller, afirmou ontem que o governador Ronaldo Caiado (DEM) conquista apoios de prefeitos, partidos e lideranças políticas pelos resultados positivos de sua gestão. Ele ressaltou que Caiado atende, indiscriminadamente, apoiadores e opositores, pois “seu compromisso é com a população goiana”.

Ao sair em defesa de Ronaldo Caiado, Ernesto Roller rebateu as críticas do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), para quem o governo troca “apoio político por obras” nos municípios. “Quem coopta opositores com cargos e benesses é o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que não sabe conviver com os contrários.”

Em nota divulgada à imprensa, o titular da Segov afirmou: “Se não consegue viabilizar apoios, já que o próprio MDB o rejeita, Mendanha deveria direcionar a frustração a quem o desaprova”, dizia o comunicado. “Velhas práticas políticas”, na opinião de Ernesto Roller, foram adotadas pelo “jovem” Mendanha, que prefere não acatar os ensinamentos deixados pelos seus mentores Ademir Menezes e Maguito Vilela, de se realizar “administrações republicanas, com ética e pudor público”. E acrescentou: “Distribuir cargos para amigos, parentes e partidos é, sim, praticar as velhas práticas políticas, como acontece em Aparecida.”

Ernesto Roller lembra ainda que entre as ações do governo estadual estão políticas públicas em Aparecida de Goiânia relacionadas à Saneago, Segurança Pública e Educação. “O Governo Caiado tem realizado importantes obras em Aparecida nas áreas de Saúde, Educação, Segurança Pública, saneamento básico, energia elétrica, moradia, infraestrutura, além de implementar programas de inclusão social”, assinala.

Segundo o secretário, desde o início do governo, em janeiro de 2019, Caiado tem visitado Aparecida, com frequência, para discutir com a comunidade as prioridades, bem como interagir com o empresariado para incentivo à atração de indústrias, visando geração de empregos e renda. Sem a presença do prefeito Gustavo Mendanha, o governador Ronaldo Caiado esteve em Aparecida no dia 7 de junho, quando anunciou obras em escolas da rede estadual.

Com o investimento, que totaliza R$ 1,953 milhão, serão implantadas seis novas quadras cobertas e reformado um Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) localizado no município. A presença de Caiado na cidade tem sido constante para anunciar mais obras. Caiado visitou o Cepi Michelle do Prado, no Jardim das Hortênsias, onde entregou aos estudantes da unidade os cartões Alimentação.

Isolamento dentro do MDB leva prefeito ao desespero

O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, está isolado dentro do MDB, sem apoio para a sua proposta de lançamento de candidatura própria à sucessão estadual. Ele foi surpreendido ao tomar conhecimento de carta divulgada por 27 dos 28 prefeitos emedebistas, em defesa da aliança do MDB com o DEM, em apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Mendanha não tem apoio das principais lideranças políticas do MDB, como o ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende, senador Luiz do Carmo, deputados estaduais Bruno Peixoto, Humberto Aidar e Henrique Arantes. Também não conta com o respaldo dos presidentes de diretórios e comissões provisórias municipais.

Loteamento da Prefeitura de Aparecida é “escandaloso e imoral”

Para retribuir o apoio que recebeu nas eleições de 2020 e garantir uma aura de falsa unanimidade em torno do seu nome, além de eliminar a oposição, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) decidiu, logo após proclamação dos resultados, distribuir praticamente todos os cargos comissionados de salários elevados (secretarias, secretarias executivas, chefias de gabinete, superintendências e assessorias especiais) aos presidentes ou indicados dos partidos políticos e dos 25 vereadores.

Nesse quesito, Mendanha contrariou os seus aliados políticos que ocuparam a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Ademir Menezes e Maguito Vilela, que evitaram o loteamento da administração entre a classe política. Mesmo nomeando um ou outro político para os seus respectivos secretariados, Ademir e Maguito fizeram avaliação de capacidade técnico-administrativa de cada indicado aos cargos, antes da nomeação.

Já Mendanha não teve esse cuidado: ele nem sequer solicitou listas tríplices aos partidos, para que pudesse ter alguma liberdade e critério na hora de escolher seus auxiliares. Nas duas gestões de Mendanha, os partidos indicaram seus próprios presidentes, que foram imediatamente nomeados para cargos no 1º escalão, levando seus apaniguados para o 2º.

Há casos escandalosos, como o de Felipe Cortês, nomeado para a pasta de Relações Institucionais, que, mesmo sendo candidato a vereador em Goiânia no ano passado, assegurou vaga na equipe do prefeito aparecidense, como representante do Podemos. O PSDB, que por 16 anos perseguiu os emedebistas Estado afora, tem postura diferente em Aparecida, onde é aliado de Mendanha, com Vanilson Bueno ocupando a Secretaria Municipal de Ação Integrada.

Nos governos de Ademir e Maguito, os tucanos ficaram longe da prefeitura. Diferente do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) e do governador Ronaldo Caiado (DEM), que não aceitaram interferência de partidos na administração, Mendanha “escancarou” a gestão aparecidense às legendas, sem critério e sem disciplina na definição dos nomes indicados aos cargos.

Qual o resultado disso? Caiu a qualidade dos serviços prestados e também a produtividade no cumprimento das demandas da sociedade aparecidense. Afinal, nem todos os dirigentes partidários têm qualificação para o exercício da gestão pública. Em Aparecida, são visíveis as deficiências da administração, principalmente em áreas importantes como Saúde, Educação, Infraestrutura, Meio Ambiente, Esportes e Lazer, Cultura e Ciência & Tecnologia, diferentemente da propaganda oficial da prefeitura, que vende um mar de rosas no município.

Pesquisas mostram que a sociedade reprova gestos como esse de loteamento de cargos públicos para atender demandas eleitorais com os partidos, o que amplia os índices de rejeição dos administradores. Ao lotear a prefeitura aos partidos políticos, Mendanha não se preocupou em “blindar” a sua imagem junto à população, se submetendo aos riscos de reprovação de seus atos à frente da Cidade Administrativa. (H.L.)

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