Editorial do Diário de Aparecida: Loteamento de cargos
Imaturo e inexperiente, para não dizer carente de formação humanista e intelectual como homem público, o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, em um gesto de desespero diante do isolamento a que está relegado no MDB, foi para os jornais para acusar seus colegas prefeitos de terem sido “comprados” com obras do governo do Estado nos seus municípios em troca do apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Foi uma atitude lamentável, mesmo porque ficou nas palavras e não apresentou provas ou sequer indícios.
Mendanha sabe do que fala, pois é expert em cooptação de políticos, graças ao que a Prefeitura de Aparecida transformou-se em um imenso loteamento de cargos distribuídos a presidentes de partidos, seus apaniguados, e aos 25 vereadores, a ex-vereadores, suplentes e qualquer um que tenha um mínimo de influência no município. Como é assim que faz política, acha que todos os que estão no ramo agem da mesma maneira condenável.
Milhões de reais dos cofres da Cidade Administrativa, que poderiam ter o destino de ajudar a proporcionar respostas condizentes para o acúmulo de desafios que afligem as aparecidenses e os aparecidenses, são assim consumidos para garantir a falsa aura de “unanimidade” que cerca o atual prefeito – cuja opinião é a única que importa, cabendo à classe política local apenas aplaudir e elogiar.
Aparecida é governada como uma corrutela do tempo dos coronéis, onde o mandonismo impõe as suas vontades e mantém a população iludida graças ao marketing fantasioso e também custeado, vale lembrar, pelo precioso dinheiro dos impostos que os contribuintes recolhem às burras das prefeituras.
Secretário estadual de Governo, Ernesto Roller, que já foi deputado estadual e prefeito de Formosa e, portanto, é um político preparado e testado, disse ao Diário de Aparecida que o loteamento partidário implantado por Mendanha na prefeitura é simplesmente “escandaloso e imoral”. Mas, felizmente, aos poucos a máscara está caindo. O que se passa nos bastidores do poder em Aparecida vai sendo mais e mais conhecido no resto do Estado, projetando uma imagem de hipocrisia e despreparo para o atual prefeito – um vaidoso que se considera um ídolo, só que não olha para baixo e não enxerga que tem os pés de barro.
