Inexperiência política: Mendanha acumula desgastes com apostas já perdidas no MDB
O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, que tem apenas 38 anos e uma carreira política resumida até agora a Aparecida, além de pouca formação intelectual (é diplomado em Educação Física, um curso superior que não pressupõe a leitura de livros – a não serem técnicos), continua insistindo em posições, dentro do MDB goiano, que se constituem em apostas previamente perdidas.
Mendanha é o paladino solitário da candidatura própria do partido a governador em 2022, uma tese que espanta os emedebistas, a maioria esmagadora deles a favor de uma aliança com o DEM, o apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado e a indicação do presidente estadual da legenda, Daniel Vilela, para compor a chapa como candidato a vice – por razões sólidas.
Isso porque quem conhece o MDB e é minimamente informado sabe que a sigla está depauperada pelas seis derrotas consecutivas que sofreu desde 1998. Daí, a rápida e fácil absorção do projeto formulado pelo ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende: composição com Caiado no ano que vem, eleição de bancadas fortes para a Assembleia e a Câmara Federal, um emedebista na vice-governadoria e, enfim, em 2026, vencer o pleito de então e voltar ao poder estadual.
Mendanha aposta suas fichas em uma proposta diferente: lançar novamente candidato ao governo em 2022 para tentar vencer Caiado – que hoje é considerado favorito e tem atuado com êxito para aumentar a frente partidária que sustentará a sua recandidatura. A tese do prefeito de Aparecida já nasceu derrotada. Ele andou pelo Estado afora e anunciou que 80% dos prefeitos do MDB – hoje são 28 – concordaria com a apresentação de um nome próprio para disputar o Palácio das Esmeraldas. Não durou uma semana para que 27 dos 28 prefeitos assinassem um manifesto proclamando apoio à reeleição de Caiado, com a indicação de Daniel Vilela para a vice e do atual senador Luiz do Carmo como postulante também à reeleição. Mendanha foi o único que não subscreveu o documento.
O manifesto desmoralizou quem propagava falsamente que os prefeitos queriam a candidatura própria. Mesmo pego na mentira, Mendanha não desistiu. Agora, está fazendo uma nova aposta, também destinada a trazer uma nova decepção: acusou os prefeitos emedebistas de terem sido “comprados” por Caiado e quer que o MDB faça uma consulta ampla às bases, ouvindo também os presidentes de diretórios, vereadores, ex-prefeitos e as lideranças que têm importância, embora não ocupem cargos.
Todo mundo sabe que Daniel Vilela está se preparando para promover essa consulta e que, tal qual o manifesto dos prefeitos, o resultado será amplamente favorável à aliança com o DEM e o apoio à reeleição de Caiado, com Daniel Vilela na vice. Iris Rezende, que sofreu um AVC e está em coma induzido depois de uma cirurgia de emergência, vinha trabalhando com afinco pela definição do apoio do MDB ao atual governador, cuja recondução a mais um mandato, ele, Iris, já abençoou com todas as letras, pontos e vírgulas. O movimento é hoje irreversível: imaginar que o MDB vai adotar qualquer posição que não seja a encaminhada por Daniel Vilela e por Iris é o mesmo que acreditar em papai noel ou em mula sem cabeça – e parece que Mendanha, na sua meninice política, acredita.