Quais os cuidados necessários para os pacientes atópicos?
Caracterizada por pele seca, lesões avermelhadas e coceira intensa, a dermatite atópica (DA) normalmente surge nos primeiros anos de vida. De acordo com dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 20% das crianças têm a doença e, desse percentual, 5% apresentam a forma grave. Um dos tipos mais comuns de alergia cutânea, a dermatite atópica é genética, crônica e não contagiosa, surge mais comumente nas dobras dos braços, na parte de trás dos joelhos e muitas vezes está associada a outras condições, como asma e rinite alérgica.
Os fatores que levam às crises de DA são fáceis de identificar e comuns entre os pacientes. “Tempo frio, desidratação da pele, sudorese, estresse e ansiedade são os principais gatilhos. Agentes irritantes de produtos de limpeza, como sabonetes perfumados e amaciantes de roupa, também têm um grande protagonismo nas crises”, comenta a médica dermatologista Paula Ferreira.
Sendo uma doença crônica, a dermatite atópica precisa de acompanhamento do médico dermatologista, que pode indicar o melhor tipo de tratamento para cada caso, tornando possível diminuir significativamente os incômodos causados pelas lesões. Os hidratantes específicos para peles sensibilizadas, por exemplo, são grandes aliados, pois têm ação comprovada contra a coceira. Segundo a Associação de Apoio à Dermatite Atópica (AADA), o prognóstico da doença é favorável, sendo que cerca de 60% das crianças apresentam diminuição ou desaparecimento completo das lesões antes da puberdade.
O cuidado contínuo com a pele é fundamental para prevenir crises, controlar as manifestações da doença e garantir bem-estar ao paciente com pele atópica. “A dermatite atópica afeta muito mais que a pele. Se por um lado o estresse pode ser um gatilho, por outro, a própria doença em si gera ansiedade. O apoio psicológico é parte importante do tratamento dos pacientes com dermatite atópica”, reforça a especialista.