Com gestão atual, atração de indústrias para o município desacelera e cai a zero
Considerada nos mandatos dos ex-prefeitos Ademir Menezes e Maguito Vilela como uma potência industrial em formação, através da bem-sucedida estratégia dos polos industriais, Aparecida desacelerou nas gestões de Gustavo Mendanha: há muito tempo que não é anunciado nenhum novo investimento empresarial para o município – e o motivo não é apenas o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia.
Já bem antes da chegada da Covid-19, ou seja, desde que Mendanha assumiu a prefeitura em janeiro de 2017, que a atração de grandes empresas para Aparecida havia caído a zero. Um especialista no assunto é o deputado federal Glaustin da Fokus, do PSC, que tem base eleitoral e fábricas no município e, portanto, conhece bem a sua economia.
Para Glaustin, a prioridade do prefeito Gustavo Mendanha para Aparecida deveria ter sido, desde o 1º mandato, a geração de empregos – considerada a melhor política social, muito mais eficaz do que a distribuição de qualquer tipo de ajuda às famílias em situação de vulnerabilidade.
A pandemia do novo coronavírus deprimiu a economia em todas as regiões do País e elevou o desemprego, na média nacional, a mais de 14% da população economicamente ativa. Isso, em Aparecida, poderia ser resolvido através da instalação de novas indústrias, mas elas deixaram de chegar. Um investimento de R$ 60 milhões para construir a fábrica do Guaraná Mineiro, anunciado com grande barulho por Mendanha, foi cancelado sem maiores explicações.
Glaustin da Fokus lembra o exemplo das gestões dos ex-prefeitos Ademir Menezes, José Macedo e Maguito Vilela, que trouxeram centenas de empresas geradoras de emprego para o município e implantaram os polos industriais que – hoje – pararam de crescer, mas ainda sustentam a economia aparecidense.
O deputado federal considera que Mendanha é um bom gestor, porém, se estabelecida uma comparação entre as empresas que vieram para Aparecida na sua gestão e as que acorreram no passado, “o fiel da balança vai desfavorecer o atual prefeito”, ressalta, ainda mais quando se lembra que nas suas duas campanhas, e principalmente na última, a geração de empregos foi uma das principais promessas de Mendanha.
Implantar um polo industrial exige uma logística complexa em matéria de infraestrutura, incentivos fiscais, financiamento e relações multidisciplinares entre esferas de governo. Com Ademir Menezes e Maguito Vilela, a Prefeitura de Aparecida estava articulada para promover a busca de todos esses condicionantes, mas essa capacidade operacional desapareceu com a ascensão de Mendanha – que, por exemplo, não tem diálogo com o governo do Estado, principal indutor de todos esses fatores na implantação de um polo empresarial.
Hoje está rompido com o governador Ronaldo Caiado, com quem recusa qualquer proximidade. Mas, mesmo antes, no seu 1º mandato, quando nem sequer a pandemia estava em questão, a viabilização dos novos polos industriais já tinha entrado em colapso. Ele substituiu um prefeito, Maguito, cujo cacife de liderança estadual e largueza de visão pesaram a favor da atração de recursos e investimentos para a economia aparecidense.
Mendanha era um ex-vereador, sem articulação com grandes empresários, instituições classistas e pautado por uma vivência diária com o provincianismo da política local. Exemplo dessa sua característica foi a nomeação do seu secretariado, inteiramente extraído dos partidos e da classe política aparecidense, em nomes de expressão ou qualificação técnica. Ao mergulhar de cabeça nas picuinhas e fofocas que cercam o poder local, que ele não conseguiu superar, acabou isolando Aparecida e jogando a sua economia no pântano, o que se agravou com a Covid-19.