Caiado garante atendimento integral no Ipasgo
Após apresentar um crescimento de gasto com a rede credenciada em 29,8%, com custo previsto de R$ 1,7 bilhão em 2021, o governador Ronaldo Caiado nomeou ontem, 20, uma força-tarefa para gerir o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo). A equipe será coordenada pelo secretário Ismael Alexandrino, que acumulará a função de presidente do órgão, bem como de secretário de Estado da Saúde (SES). Também farão parte do grupo os titulares da Secretaria de Segurança Pública, Rodney Miranda; Secretaria-Geral de Governo, Adriano da Rocha Lima; e da Controladoria-Geral do Estado, Henrique Ziller.
O governador anunciou auditoria em todas as faturas apresentadas por prestadores e garantiu aos usuários a continuidade integral dos atendimentos. “Quero tranquilizar a todos os usuários do Ipasgo. Não terá nenhum corte de exame, procedimento ou tratamento, de maneira alguma. O que não podemos deixar acontecer é que um aumento não seja explicado”, garantiu.
Ao se dirigir aos usuários do plano de saúde, Caiado pediu desculpas com relação à implantação das cotas. “Na semana passada, (os beneficiários do Ipasgo) passaram por esse constrangimento. Quero dizer que nada disso vai ocorrer. Todos os procedimentos serão mantidos, mas as faturas dos hospitais credenciados, consultórios, laboratórios, ao invés de receber pela fatura apresentada, serão remunerados pelo que foi auditado, fiscalizado e levantado”, frisou.
Ao explicar a auditoria nas contas, o governador disse que não é possível permitir que todo pagamento que o prestador apresente seja feito sem passar por auditoria. Isso porque, de forma atípica, a projeção de gastos do instituto, até agosto de 2021, chega a R$ 1,796 bilhão, um aumento de 29,8% em relação a 2020, quando as despesas ficaram em R$ 1,384 bilhão.
Segundo o governador, uma análise nas contas mostra aumento expressivo nos gastos com exames e serviços hospitalares. No comparativo de dados entre o primeiro semestre de 2021 e 2020, as faturas com serviços hospitalares aumentaram de pouco mais de R$ 15 milhões para R$ 50 milhões este ano. Com relação aos exames, a cifra pulou de cerca de R$ 20 milhões para mais de 50 milhões em 2021.
Caiado afirma que, como foi identificado um aumento quase que vertical, é preciso encontrar explicações. “Ao buscarmos uma resposta, qual a resposta que veio (do Ipasgo)? ‘Temos poucas pessoas capazes de auditar as contas e como tal estão sendo pagas pelo valor da fatura do hospital’. Isso não pode ser aceitável, para não cairmos em situação que caímos anteriormente”, lembrou.
Ele fez questão de esclarecer que a auditoria é necessária para que o instituto não vivencie situação semelhante a 2019, quando duas operações identificaram o desvio de R$ 70 milhões na operação Metástase e Backdor. “Vocês se lembram que teve o caso de um paciente, em que lançaram 200 exames de hemograma no mesmo dia no nome dele? A preocupação do governo é: um gasto sai do patamar previsível, de imediato se intensificam os mecanismos de levantar o porquê e buscar um esclarecimento do fato”, frisou Caiado.
Nova gestão
Ainda conforme Alexandrino, a auditoria é um braço muito importante de qualquer empresa e, sobretudo, para prestador de serviço. “O compliance público instalado no Estado de Goiás, vamos buscar fortalecê-lo, assim como fizemos na SES. O que tiver que ser feito, será feito. Sem prejudicar o usuário e qualquer tipo de perseguição ao prestador. Nós pagaremos o que foi feito com qualidade”, sublinhou.
Valor em caixa
Durante a coletiva, o governador ainda esclareceu sobre o valor de R$ 560 milhões que o Ipasgo tem em caixa. Segundo ele, essa cifra fica disponível porque o pagamento é feito aos prestadores em até 60 dias após o procedimento. Ou seja, ele está em caixa, mas com reserva para os pagamentos, não é propriamente um lucro do instituto. E isso, segundo Caiado, só ocorre porque o desconto relacionado ao Ipasgo é todo direcionado ao órgão.
“No governo passado, entre R$ 160 milhões e R$ 200 milhões daquilo que o servidor público tinha descontado na sua folha, não era repassado ao Ipasgo. Ou seja, usavam o dinheiro do trabalhador que deveria ir para o instituto. No nosso governo, todo débito que é feito é depositado no final de mês na conta do instituto. O Estado repassa em dia. Descontou do servidor, nós depositamos”, concluiu.