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Caiado abre barragem e garante que não haverá racionamento em Goiânia e região metropolitana

O governador Ronaldo Caiado abriu ontem, 22, a comporta da barragem na Fazenda Amaralina, na zona rural de Goiânia, em mais uma etapa do planejamento que vem sendo desenvolvido desde 2019. O objetivo é reequilibrar a disponibilidade de água na Bacia do Rio Meia Ponte, que está com volume próximo ao nível crítico IV, com vazão de 2 mil litros por segundo. “Nós, previamente, fizemos a tarefa de casa, então não vai precisar de rodízio”, destacou ele.
A ação conta com a parceria de produtores rurais que, voluntariamente, se dispuseram a abrir as comportas. Após liberar a vazão da represa, Caiado enfatizou que a medida é uma precaução, mas ressaltou a necessidade de se evitar o desperdício. “Quero dizer a todos que, por favor, façam o consumo responsável da água. Agora, é importante a população saber que não estamos tratando algo que fomos pegos de última hora”, reiterou.
Devido às parcerias e à gestão dos recursos hídricos efetivada pelo governo de Goiás, apenas uma das nove barragens de parceiros foi aberta. Graças à disponibilidade hídrica nestas instalações, não será instituído um plano de racionamento. Caiado destacou a ação do produtor rural Airton Eustáquio Braga, proprietário da Fazenda Amaralina, onde está localizada a barragem, que buscou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para ser parceira no armazenamento de água e também gerar a própria energia elétrica.
“Hoje ele é um produtor de água, é algo que tem que ser aplaudido”, disse o governador, que também lembrou que Airton conseguiu autorização para montar uma pequena usina hidrelétrica em apenas quatro meses, graças à agilidade da Semad. “É um privilégio trabalhar com a natureza e buscar dela o melhor resultado. Eu me emociono com as palavras do governador de me colocar como produtor de água”, disse Airton Eustáquio Braga.
“É o melhor elogio que ele me dá. Agora a Semad, na administração do governador, transformou essa convivência. Há 20 anos estou procurando fazer uma geração hidrelétrica e não tinha conseguido as licenças, porque a documentação era tão grande. E hoje, na administração da secretária Andréa Vulcanis, em quatro meses foi resolvido”, destacou.
“Eu não sou proprietário disso, sou apenas um fiel depositário de cuidar dessas águas. Então, essas águas são dos goianienses”, afirmou Airton Eustáquio Braga. A propriedade rural atua no ramo de pecuária e agricultura e não usaria as reservas hídricas, com volume de 10 milhões de metros cúbicos, hoje acionadas pelo governo do Estado. “Então, isso aqui vai ser passado para que cada goianiense possa ter o dia a dia dele mais saudável e feliz”, frisou.
Sobre a recente falta de água em alguns setores de Goiânia, Caiado enfatizou que houve o rompimento de uma adutora que interliga o Sistema João Leite, o que pode ocorrer ocasionalmente. “Acabamos de sobrevoar a estrutura que está com quase 80% da sua capacidade”, disse. Desde 2019, o governo de Goiás tem estruturado um plano de ações para evitar o desabastecimento de Goiânia e região metropolitana. O planejamento envolve o fim dos conflitos pela disputa de água que existia na bacia; a regularização dos usos; e o estabelecimento de controles eletrônicos, com a implantação de motobombas monitoradas e Estações de Monitoramento das Vazões.
“A previsão é que as chuvas já estejam chegando. Demonstramos que a estruturação, o planejamento adequado, a gestão eficiente dos recursos hídricos geram as consequências positivas”, afirmou a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis. “Nos últimos três anos, não faltou um dia de água por falta de recursos hídricos no Rio Meia Ponte”, ressaltou.
Em 2020, o Estado intensificou a fiscalização em barragens visando à segurança das propriedades e também para aquelas pessoas que moram abaixo dos reservatórios. Também abriu diálogo com produtores que, ao longo de 2021, à medida em que o nível do rio diminuía, adotaram medidas para minimizar o consumo. “No nível II, nós cortamos as outorgas em 25%. Quando nós declaramos o nível III, nós tivemos que cortar em 50%”, explicou. “Quando tem mais água disponível no rio, toda a vida aquática tem mais propensão a estar ativa, preservada e conservada. Um rio que seca totalmente compromete toda a vida dele para os futuros ciclos”, disse.
Para Vulcanis, as parcerias geraram um processo de “pacificação social” na localidade. “O processo é colaborativo de todos pela cidade e a cidade pelo campo”, ponderou ao lembrar que as mudanças climáticas têm acarretado menor disponibilidade de chuvas. “A construção do governador Ronaldo Caiado no sentido de pacificar as relações sociais na bacia são fundamentais para esse momento, mas, sobretudo, para o momento futuro”, defendeu Vulcanis. Atualmente, 80% dos produtores já foram mapeados e registrados pela Semad.
O presidente da Saneamento de Goiás S/A (Saneago), Ricardo Soavinski, explicou que os sistemas de abastecimento estão, hoje, interligados, por meio de uma adutora de integração entre os Sistemas João Leite e Meia Ponte. Isso permite, para o período de estiagem, uma captação inferior ao que está previsto para o Meia Ponte. “A Saneago está captando apenas 1,1 mil, apesar de ter uma outorga de dois mil”, contabilizou ao destacar que, anteriormente, a água consumida em Goiânia era captada, principalmente, no Meia Ponte.
Para o presidente da Saneago, foi executado um plano estratégico preventivo. “Quero tranquilizar a população. Todo mundo tem que usar de maneira consciente a água, mas a situação está muito sob controle. Essa abertura da barragem também é planejada.” Soavinski defendeu a regulação do nível da água para garantir qualidade de prestação de serviço, aliada à preservação ambiental. “Ao abrir essa primeira barragem, vai mantendo o nível, ajudando a dar mais regularidade para a vazão do rio e, lógico, a qualidade da água também é muito importante”, explicou.

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