Marconi não se recupera das derrotas de 2018 e 2020 e vê o PSDB em processo de fragilização
Antes, liderança de 1ª grandeza, Marconi caiu para o 2º plano da política estadual
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) não sabe qual rumo tomar em relação às eleições de 2022, diante da queda de prestígio político a que foi submetido desde os fracassos eleitorais de 2018 e 2010.
Só para lembrar: nas eleições de 2018, José Eliton, governador do estado, candidato à reeleição, ficou em 3º lugar, atrás de Ronaldo Caiado (DEM), o vencedor, e de Daniel Vilela (MDB), quase perdendo para Kátia Maria (PT). Aliás, em Aparecida, 2º maior colégio eleitoral do Estado, José Elton perdeu até para Kátia Maria.
Naquele pleito, Marconi Perillo, de favorito no inicio do ano, perdeu as eleições para duas vagas ao Senado, ficando em 5º lugar, atrás até do empresário e ex-senador Wilder Morais (PSC). Em Goiânia e Aparecida, terminou em 6º lugar, atrás do inexpressivo Agenor Mariano, do MDB.
De 17 vagas de deputado federal, o PSDB elegeu conquistou apenas uma: Célio Silveira, hoje de saída do partido. Das 41 cadeiras para a Assembleia Legislativa, os tucanos elegeram apenas seis. Já nas eleições municipais de 2020, novo fracasso nas urnas: de 55 prefeituras, o PSDB viu o seu quantitativo ser reduzido para 20, de um universo de 246 existentes no Estado.
Além disso, Marconi e Eliton têm que se preocupar, também, com a sua defesa nas denúncias formuladas pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual, de improbidade administrativa, como o caixa 2 em campanhas eleitorais.
Assim, nas conversas com os poucos aliados políticos que restaram, Marconi Perillo confessa não saber o que fazer em 2022: com semblante fechado, costuma dizer: “Tenho cinco alternativas, não ser candidato a nada, a deputado estadual, a deputado federal, a senador ou a governador”.
Nos bastidores, sabe-se que Perillo pensa mesmo em concorrer à Câmara Federal, considerada, no caso dele, a eleição mais segura. Mais uma preocupação de Marconi: sem coligações partidárias e agora com a introdução da chamada federação, o PSDB terá que acatar a decisão que for tomada sobre alianças pela direção nacional. E isso poderá dificultar a sua vitória para a Câmara Federal.
Como presidente em exercício do PSDB, Marconi tem encontrado empecilhos na tentativa de formar chapa proporcional – Câmara Federal e Assembleia Legislativa -, já que não há quadros competitivos no partido no interior do Estado. Grande parte da militância se afastou do partido, após as reveses eleitorais de 2018 e 2020.
Outro ponto: a ausência da militância tucana. Isso ocorreu durante os encontros regionais de Valparaiso de Goiás, Posse e Uruaçu, já que raras ou poucas lideranças municipais apareceram para aplaudir os cardeais tucanos.
No caso de Uruaçu, houve alguma plateia. Motivo: a cidade é administrada por Valmor Pedro, filiado ao PSDB, que arregimentou servidores comissionados para o encontro.
Perillo tenta se aproximar do prefeito de Aparecida de Goiânia, que deixou o MDB por discordar da aliança do partido com o DEM caiadista. Entretanto, em razão dos desgastes políticos dos tucanos, Mendanha evita diálogo com Perillo, o que tem irritado o dirigente e ex-governador tucano.
Até a inexpressiva candidatura do ex-prefeito deTrindade Jânio Darrot (ex-presidente do próprio PSDB estadual), traz desconforto aos tucanos: Jorcelino Braga, presidente estadual do Patriota, veta qualquer aproximação com os tucanos de Goiás.