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Sítios arqueológicos serão recadastrados em seis municípios do estado de Goiás

Com início em Goiás, o projeto é o primeiro recadastramento de sítios a ser realizado com recursos do Governo Federal

Sessenta e três sítios arqueológicos localizados nos municípios de Cavalcante, Colinas do Sul, Minaçu, Quirinópolis, Serranópolis e Porangatu, no estado de Goiásserão recadastrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da superintendência em Goiás, com investimento no valor de quase R$ 200 mil. A ordem de serviço foi assinada na quarta-feira, 20 de outubro.

Trata-se do primeiro projeto de recadastramento de sítios com recursos próprios do Governo Federal. A ação acontecerá em parceria com o Centro Nacional de Arqueologia (CNA), unidade vinculada ao Iphan, e visa georreferenciar e atualizar os dados de localização e caracterização dos sítios arqueológicos. As atividades terão início em Goiás, e em seguida terá possibilidade de ampliação para os estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Pará e Bahia, que possuem maior número de sítios sem georreferenciamento e apresentam expressiva demanda de pesquisas arqueológicas relacionadas ao licenciamento ambiental.

Em Goiás, os bens arqueológicos se destacam pelas grutas com pinturas e gravuras rupestres, sítios de grandes aldeias, de acampamentos e de cemitérios que comprovam a presença humana no território há pelo menos 11 mil anos.

Para a ação, o Iphan contratou empresa especializada para o recadastramento e inserção dos sítios no Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão (SICG) do Instituto. “Os sítios quando inseridos neste sistema passam a integrar uma ampla base de informações sobre o patrimônio cultural brasileiro, com georreferenciamento e dados associados aos bens culturais acautelados pelo Iphan”, explica do arqueólogo do Iphan-GO, Sérgio Oliveira.

Os trabalhos serão desempenhados por uma equipe técnica formada por arqueólogos e técnico em geoprocessamento e serão divididos em grupo: A (Serranópolis e Quirinópolis); B (Porangatu e Colinas do Sul), C (Minaçu e Cavalcante). Todos os sítios dos três grupos deverão conter a contextualização arqueológica e etno-histórica; a relação inicial dos sítios arqueológicos a serem recadastrados com as informações atualizada; as condições de preservação de cada sítio, visando recomendações de futuras ações com o foco na proteção dos sítios arqueológicos; e por último, o relatório final.

O arqueólogo do Iphan-GO, Danilo Curado, que participou da escolha dos sítios em Goiás reforça “que para a melhoria da gestão dos sítios arqueológicos é necessário que o Instituto tenha o conhecimento exato de suas localizações e este projeto dará essas condições”, pontua.

A ação terá início ainda este ano, logo após a empresa vencedora do processo licitatório encaminhar o cronograma de atividades. Todo o trabalho será acompanhado pela equipe de arqueologia da superintendência do Iphan-GO e a finalização dos trabalhos está prevista para outubro de 2022.

“São sítios das décadas de 70, 80 e 90, cadastrados há anos e que já estão com descrições e características defasadas. Com essas atualizações, será possível o CNA e o Iphan-GO fazerem um melhor monitoramento desses sítios, verificar em que situação eles se encontram e propor ação de conservação, se necessário”, destaca o superintendente do Iphan-GO, Allyson Cabral.

Bens arqueológicos

São considerados sítios arqueológicos os locais onde se encontram vestígios de ocupação humana. A legislação estabelece que todo achado arqueológico é bem da União e qualquer nova descoberta deve ser imediatamente comunicada ao Iphan, que exerce a proteção e a fiscalização de sítios arqueológicos cadastrados, com a concessão de autorização para pesquisas, a emissão de pareceres e a realização de vistorias. Por meio dos bens arqueológicos, é possível identificar conhecimentos e tecnologias que indicam anos de adaptação humana ao ambiente, além da produção de saberes tradicionais brasileiros.

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