Aparecida de Goiânia já perdeu 1.717 vidas para a Covid-19 desde o início da pandemia
Números mostram prejuízo inestimável para as famílias e para o valioso patrimônio humano do município
Levantamento do Diário de Aparecida, baseado nos dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), revela que, até a última quinta-feira, 4, 1.717 aparecidenses vieram a óbito por Covid-19. Segundo o registro, Aparecida possuía 91.897 casos confirmados. Os números mostram prejuízo inestimável para o valioso patrimônio humano do município. O prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) tomou medidas contraditórias no combate à doença ao longo desse período, que engloba desde o modelo de isolamento social, spray nasal e até mesmo atitude equivocada de liderar um consórcio de gestores municipais para compra de vacinas.
Devido às flexibilizações decretadas pela prefeitura, a população gradativamente se distanciou dos protocolos sanitários. Parte dessas mortes poderia ter sido evitada, seja através de cuidados sanitários pessoais ou através da prevenção coletiva, que não foi feita, em determinados momentos, com a necessária cautela e eficiência.
Além de prejudicar o setor produtivo, o escalonamento regional contribuiu para o desequilíbrio da pandemia. O aumento no número de mortes por Covid-19 em Aparecida foi consequência do modelo de escalonamento do comércio adotado pela prefeitura. Desde que a prefeitura adotou esse sistema, além de casos e mortes, a ocupação de leitos UTI’s aumentou vertiginosamente dia após dia. Até hoje, o prefeito Gustavo Mendanha insiste em afirmar que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o avanço da pandemia na cidade.
Imagens mostradas em edições passadas do DA nos cemitérios locais exibiram uma sequência de valas abertas para receber caixões – em dezembro, eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia. Apesar de ter uma tímida redução, em abril a média de mortes foi de 7,4. Em junho, esse número ficou em quase quatro mortes por dia.
Um dos fatos polêmicos em relação às falhas do isolamento social foi a autorização para o funcionamento dos motéis. E ainda as feiras livres, como a do Setor Garavelo, também autorizadas pela prefeitura, acabaram virando cenário de aglomerações, uma situação de risco, já que o índice de ocupação de UTIs na cidade continuava aumentando. Além disso, recentemente, a prefeitura liberou o funcionamento de atividades de lazer e eventos sociais públicos, privados e corporativos e o funcionamento de eventos sociais e cinemas.
Além disso, no início do ano, enquanto o Estado decretava o fechamento do comércio e atividades não essenciais para o controle da pandemia, em Aparecida de Goiânia vigorava o escalonamento. À época, em estado de calamidade no mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e com índices de 100% em ocupação de UTI’s, o Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus da cidade decidiu manter o modelo.