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Eleições 2022: Megaempresários rejeitam convite de Marconi para disputar o governo

Bilionários, Otávio Lage de Siqueira Filho, que tem empresas em Goianésia, e José Carlos Garrote, em Itaberaí, não se dispõem a enfrentar a reeleição de Caiado em 2022

Os megaempresários Otávio Lage de Siqueira Filho e José Carlos Garrote, de Itaberaí, no topo do ranking dos mais bem sucedidos em Goiás, sempre tiveram vínculos políticos com o PSDB, mas agora se negam a atender apelo do ex-governador Marconi Perillo para entrar na disputa pelo governo de Goiás contra o governador Ronaldo Caiado (DEM, em fase de fusão com o PSL para criar o União Brasil) nas eleições de 2022.

Otavinho, como Otávio Lage de Siqueira Filho é conhecido, foi prefeito por dois mandatos de Goianésia, onde seu pai, Otávio Lage de Siqueira (in memorian) construiu um império empresarial na área do agronegócio e da agroindústria. Ele é filiado ao PSDB, seu pai foi prefeito de Goianésia e governador do Estado e o irmão, Jalles Fontoura, prefeito por três mandatos da cidade.

José Garrote também quer ficar longe dos holofotes da política e rejeita a proposta de concorrer a uma eleição majoritária (governador ou senador), mesmo porque acaba de assumir a presidência da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), cuja atuação é suprapartidária e prioriza questões econômicas. Ele sucede no cargo o próprio Otávio Lage Filho.

Ao longo dos quatro mandatos de Marconi Perillo como governador de Goiás tanto Otavio Lage quanto José Garrote foram grandes doadores das campanhas do PSDB, mais ainda quando era legalmente admissível que empresas injetassem recursos em projetos políticos.

Os dois bilionários são beneficiários da política de incentivos fiscais implantada pelos governos de Marconi Perillo, que uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa considerou ter sido exagerada e prejudicial ao Estado. O Ministério Público Estadual move ações contra o ex-governador, pedindo o ressarcimento do prejuízo financeiro que ele causou aos cofres do Estado em razão da distribuição indiscriminada de benesses tributárias, que livraram as 507 maiores empresas goianas de pagar ICMS durante anos e anos, supostamente a título de realizar investimentos e gerar renda e emprego.

Otavinho Lage, indústria de álcool

Otávio Lage Filho afirma que, agora, vai focar o seu trabalho à frente de sua empresa, a Usina Jalles Machado. “A gente vê algumas colocações sobre candidatura, que talvez sejam reflexo da nossa ação, das parcerias públicas que temos feito e que trouxeram um bom reflexo para o meu currículo”, afirmou Otavinho ao jornal O Popular.

O empresário ressalta que existem desafios que ainda aguardam a sua atuação na iniciativa privada em Goiás e que, portanto, não pretende se afastar da liderança direta e pessoal das suas indústrias e demais negócios. Ele conta que a Usina Jalles Machado, produtora de açúcar e etanol, abriu o capital neste ano, com o lançamento de ações na bolsa de valores.

A movimentação fez com que o patrimônio do empresário goiano chegasse a R$ 1,16 bilhão, o que o alavancou para a exclusivíssima lista de bilionários brasileiros, atualizada anualmente pela prestigiada revista econômica Forbes. “Temos o desafio agora de ampliar a produção. É isso que temos como meta e nada de desejo político”, reafirma ele.

Como herdeiro do nome do pai, que, lembrando, foi governador de Goiás, ele é recorrentemente lembrado para concorrer ao Palácio das Esmeraldas, mas sempre refugou a ideia, dando preferência para as suas atividades como expoente da agroindústria em Goiás, com todas as suas unidades produtivas concentradas no município de Goianésia e região, mais ainda com fazendas de gado espalhadas pelo norte goiano.

José Garrote, abatedouro de aves

O empresário José Garrote tem ligações históricas com o PSDB e familiares com o ex-governador Marconi Perillo, mas, também, repete que não quer se envolver com militância política ou mesmo concorrer a qualquer cargo eletivo em Goiás. Ele atua à frente de sua empresa, a SuperFrango, que tem sede em Itaberaí, e agora assumiu a presidência do Conselho de Administração da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), com desafios da retomada econômica da indústria, no que vem sendo chamado de pós-pandemia da Covid-19.

Zé Garrote, como o empresário é conhecido, já foi cotado para disputar a prefeitura de Itaberaí e um mandato de deputado federal, mas se recusou, preferindo não abrir mão de gerenciar pessoalmente os seus negócios. O seu mandato na presidência da Adial, na gestão da 6ª Diretoria, irá de 2021 a 2024. Segundo ele, o seu maior objetivo será demonstrar a importância da indústria para Goiás. “Fazer um trabalho em conjunto entre o poder público e o setor privado, para que possamos desenvolver a nossa indústria goiana. Quanto mais indústrias chegam a Goiás, mais o governo ganha”, disse recentemente ao jornal O Popular.

Zé Garrote também acredita que 2022 ainda será um ano de dificuldades para a economia, devido à perspectiva de um PIB menor, em detrimento da inflação e juros altos. O empresário ainda defende um zoneamento  no Estado, que permita a presença de indústrias em cada município de Goiás.

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