Caiado, Iris e Maguito nunca processaram jornalistas. Já Marconi acionou mais de 60
O governador Ronaldo Caiado e os ex-governadores Iris Rezende e Maguito Vilela, esses dois últimos falecidos neste ano, sempre foram tolerantes às críticas e nunca intentaram ações judiciais para impedir críticas – mesmo as mais pesadas. Eles entenderam que, como políticos, em uma democracia, estão submetidos a questionamentos, algumas vezes com uma natural veemência, que deve e pode ocorrer quando são interpeladas políticas públicas passíveis de polêmica quanto a sua existência ou não e especificidades.
Já o ex-governador Marconi Perillo, com quem o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha confessa ter “afinidades, é o político que mais processou jornalistas e jornais em toda a história de Goiás. Um levantamento recente mostrou que ele acionou mais de 60 profissionais e veículos de imprensa, totalizando, segundo alguns, além de 120 processos.
Com um bom discípulo, Mendanha segue o seu mestre: entrou com um procedimento junto ao Poder Judiciário para pressionar e cercear o Diário de Aparecida e impedir a publicação de críticas e avaliações sobre a sua gestão como prefeito municipal.
O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência firmada no sentido de que “a liberdade de expressão não salvaguarda apenas manifestações suaves, polidas e gentis. Pelo contrário, o direito abarca a liberdade de criticar, mesmo em tom duro, jocoso, áspero ou até impiedoso, especialmente as autoridades e pessoas públicas”.
Mesmo assim, quanto ao Diário de Aparecida, as considerações que faz e continuará fazendo em relação a Mendanha e às demais autoridades e demais políticos, são sempre respeitosas, em linguagem civilizada e sobretudo fundamentada em fatos e dados documentais. E não vão cessar.