Filiação de Bolsonaro ao PL não afeta Caiado

A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL), no próximo dia 22, para disputar a reeleição em 2022, não vai afetar o leque de alianças que estará com o governador Ronaldo Caiado em Goiás. Em 2018, o PL de Magda Mofatto e Flávio Canedo apoiou a campanha pela reeleição do governador José Eliton (PSDB) e atualmente faz oposição ao governo Caiado.

O PL é um partido pequeno e inexpressivo no Estado – tem apenas Magda Mofatto como deputada federal e nenhum deputado estadual. Em 2020, o partido elegeu apenas 13 prefeitos, cuja maioria deles já migrou para o DEM caiadista. O partido deverá receber a filiação dos deputados Major Araújo e Delegado Humberto Teófilo, ambos do PSL, e opositores do governo Caiado.

O PL tentou, em 2019, aproximar-se do Palácio das Esmeraldas, reivindicando a presidência da Agência de Turismo do Estado, mas não obteve êxito. Caiado formou uma equipe de auxiliares com “perfil técnico”, sem o loteamento de cargos para os partidos políticos. Magda Mofatto tem atuado com “independência” na bancada federal de Goiás, mas em adotar posição de “intransigência” em relação às demandas do Estado. Ela recebe pressões dos prefeitos para não adotar uma oposição “sistemática e inconsequente” em relação ao governo Caiado.

Valdemar Costa Neto, o mandachuva do PL, deu “carta branca” para Bolsonaro trocar as direções estaduais do partido. Em Goiás, o presidente tanto poderá manter o empresário Flávio Canedo na presidência (ele é marido de Magda Mofatto) como indicar o deputado federal Major Vitor Hugo, ainda no PSL, para comandar o partido. Bolsonaro, segundo deputados federais próximos do presidente, deverá controlar o PL nos Estados com “mão de ferro”, ou seja, mantendo absoluto controle. A prioridade do presidente, que é candidato à reeleição em 2022, é eleger uma expressiva bancada de deputados federais e senadores.