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Com a reforma do secretariado, Caiado abre espaço a novos aliados no governo

Governador aproveitará a desincompatibilização de auxiliares e pastas vagas para aglutinar apoios para a reeleição

Helton Lenine

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vai recompor parte do seu secretariado, a partir de dezembro, aproveitando a desincompatibilização de auxiliares que irão concorrer às eleições de 2022. Os novos integrantes da equipe sairão dos quadros de partidos importantes, como o MDB, Progressistas e outros que estão sendo incorporados à base aliada.

É certo o afastamento do ex-deputado José Vitti da Secretaria de Indústria & Comércio, e do ex-prefeito de Formosa Ernesto Roller (e ex-deputado), que deverá deixar a secretaria de Governo, ambos para tentar também voltar à Alego. O ex-prefeito de Goianésia Renato de Castro deixará a presidência da Codego para disputar uma vaga de deputado estadual. Outros nomes de segundo escalão da administração estadual, principalmente ex-prefeitos, também se afastarão para concorrer ao Legislativo.

O MDB deverá ser contemplado com cargos no primeiro escalão, principalmente agora que o presidente do partido no Estado, Daniel Vilela, foi indicado candidato a vice-governador na chapa de Caiado. Os emedebistas têm quadros importantes – Pedro Chaves, Leandro Vilela e Euler de Morais, ex-deputados federais, e Agenor Mariano, ex-vice-prefeito de Goiânia – para em condições técnicas e políticas para ocupar funções na administração estadual.

O Progressistas, que é presidido em Goiás pelo ex-ministro Alexandre Baldy e que conta com 32 prefeitos, incluindo Roberto Naves, de Anápolis, deve retornar à equipe de auxiliares do governo Caiado. A primeira conversa nesse sentido ocorreu durante jantar no Palácio das Esmeraldas, com a presença da cúpula do partido no Estado.

O governador discutiu a ocupação de espaços na gestão com os pepistas e demonstrou disposição para ampliar esse tipo de conversa, inclusive para tentar reverter as eventuais insatisfações provocadas pelo anúncio antecipado do presidente do MDB, Daniel Vilela, como pré-candidato a vice-governador.

A percepção palaciana é a de que Caiado tem disponíveis vários dos espaços necessários para a acomodação de partidos, com risco minimizado de gerar desgastes entre os seus auxiliares. Isso porque três de seus secretários acumulam pastas. O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, responde também pelo Ipasgo; o titular da Retomada, César Moura, é interino na Secretaria de Cultura; e Pedro Sales (Goinfra) foi designado recentemente para a presidência da Agehab.

No evento que sacramentou a aproximação entre DEM e MDB no final de setembro, Daniel disse, durante coletiva de imprensa, que não havia, naquele momento, a intenção de participar de decisões do governo. “Essas decisões são de quem faz parte do governo tecnicamente dizendo”, ressaltou o presidente do MDB em Goiás. “Mas o MDB com certeza vai participar das decisões políticas dessa aliança e vai colaborar com tudo aquilo que o governador acreditar que nós possamos colaborar.”

Poucos dias depois, dois emedebistas, Carlos Júnior e Murilo Ulhôa, foram nomeados por Caiado para funções de assessoria especial. Essas nomeações, na avaliação de aliados de Daniel, “não eram esperadas”, mas foram “pontuais, de pessoas operacionais”. Esses dois cargos, é verdade, não fazem parte do primeiro escalão. No entanto, com a iminente reforma do secretariado, é “mais provável” que o MDB venha a ser chamado para indicar secretários de Estado.

A reforma do secretariado, portanto, deve ocorrer em dezembro ou janeiro, porém, deputados da base governista pressionam para que ela ocorra antes com o objetivo de evitar que secretários possam ter ganhos políticos enquanto estiverem em seus cargos. A atual base também tem se movimentado para não perder muito espaço diante da chegada de novos aliados.

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